Intervenção na Ufersa completa 1 ano e reitor eleito convoca ato pacífico contra atual gestão
A intervenção do governo Bolsonaro na Universidade Federal Rural do Semiárido completa 1 ano dia 31 de agosto e a comunidade acadêmica vai lembrar a data com uma manifestação pacífica. O protesto acontece na próxima terça-feira (31), a partir das 8h, em frente ao campus leste, em Mossoró. A convocação, batizada de "Desaniversário de 1 ano da intervenção na Ufersa" está sendo feita nas redes sociais pelas entidades que representam os estudantes (DCE) e os trabalhadores da instituição (Sintest).
Em razão da pandemia, os organizadores do movimento estão assegurando o cumprimento dos protocolos e pedindo a que for ao ato que leve máscara, álcool em gel e mantenha o distanciamento social.
O reitor eleito Rodrigo Codes, 1º lugar nas eleições com 37,55% dos votos, gravou um vídeo destacando que o protesto deve reunir as pessoas que são contrárias ao desmonte da educação pública e de qualidade, ao enfraquecimento das instituições e aqueles que são contra também às intervenções do governo Bolsonaro na UFERSA e em várias outras universidades do país.
- Fui eleito reitor em 2020, mas não fui empossado pelo atual governo federal. Infelizmente nossa Ufersa está sob intervenção do governo, no dia 31 de agosto o mandato da atual gestão vai completar 1 ano e não temos nada a comemorar”, disse.
Jair Bolsonaro ignorou o resultado das eleições em pelo menos 20 universidades federais do país e nomeou candidatos que as comunidades acadêmicas não escolheram. Como a legislação prevê que uma lista tríplice seja encaminhada ao Ministério da Educação, o presidente se diz amparado pela lei para nomear candidatos à revelia da escolha popular.
No caso da Ufersa, o cargo de reitora está sendo ocupado pela professora bolsonarista Ludmila Serafim, terceira colocada no pleito, com 18,33% dos votos.
Recentemente, Ludmilla e mais quatro reitores-interventores pediram desfiliação da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino (Andifes) alegando que nunca foram aceitos pelos membros da entidade.