Isolda Dantas: “A juventude está apontando os caminhos”

O mar de jovens e adolescentes que tomou as ruas do país na quarta-feira (15) ainda não saiu da cabeça da deputada estadual Isolda Dantas (PT). Ela disse que acordou “energizada” para mais um dia de trabalho na quinta-feira. A parlamentar do PT diz não ter dúvidas de que, como mostra a história do Brasil, serão os jovens a apontar os caminhos das grandes mobilizações que começam a explodir no país contra o governo de Jair Bolsonaro.

- Eu sempre digo uma coisa: nos momentos mais difíceis de conjuntura, a juventude nos mostrou o caminho. Foi assim na ditadura militar, é assim que a história do Brasil foi escrita. E está sendo assim agora. Olha quem era a grande massa nas manifestações do Brasil: estudantes e professores. Eu acredito muito na juventude, os jovens é que estão mostrando o caminho das mobilizações”, avalia.

Egressa do movimento estudantil secundarista e também universitário, na época em que cursava Ciências Sociais, Isolda Dantas vê algo novo nas mobilizações: a unidade entre a classe trabalhadora e os movimentos sociais.

- Acho que temos a obrigação de resistir a todo o desmonte do governo, no estado brasileiro e acima de tudo a perda da soberania para os EUA. Acordei hoje energizada. Foi dada a largada para a resistência de rua porque a gente já estava resistindo em todos os lugares. Há uma unidade sobre nós. E quando há unidade da classe trabalhadora com os movimentos sociais é porque existe uma coisa muito forte sendo construída. Nunca vi tanta unidade nos movimentos sociais desde que comecei a militar. Nossa vitória será do tamanho da nossa luta. E como nossa luta é muito grande, nossa vitória também será”, disse.

Quem também comemorou as mobilizações em defesa da Educação foi a vereadora Divaneide Basílio (PT). Para ela, Jair Bolsonaro mexeu com algo muito caro para a sociedade: os sonhos.

- Ontem (quarta-feira) foi dia de muita luta e positivo. A população foi às ruas para mostrar que vai defender a educação. Mas a pauta é universal. Quando o presidente fala em cortes para a educação na verdade ele fala em cortes para base de tudo. Já vínhamos com muitas perdas: reforma trabalhista, agora a reforma da previdência... dessa vez Bolsonaro mexeu com todo mundo. Com come, com quem faz pesquisa, com quem sonha em entrar na universidade ou com quem sonha em sair da universidade para fazer um pós-doutorado. A forma como ele desqualifica a sociedade e os atos dos seus representantes, que reproduz uma política de ausência de inclusão levou muita gente para a rua também. Por outro lado, a resistência está simbolizada por nós andando de mãos dadas.