Jornalismo na lama
Natal, RN 20 de abr 2024

Jornalismo na lama

29 de setembro de 2019
Jornalismo na lama

Ajude o Portal Saiba Mais a continuar produzindo jornalismo independente! Apoie com qualquer valor e faça parte dessa iniciativa.

Quero Apoiar

Não sei de que diabo de matéria ruim eu sou feito. "Seu" Sinedino nunca me disse, mas nasci assim e vou morrer do mesmo jeito. Quando um canalha mexe comigo é como se um demônio desses que acompanham Edir Macêdo e seus pares me dessem cutucadas com um tridente incendiado, e não tenho sossego enquanto não faço parar esse cumichão que me adoece, me deixa respirando apressado com uma vontade doente de brigar. Não como Janot, de forma covarde, com arma escondida no casaco não, de peito aberto cara a cara para testar a valentia do verme repulsivo que me provocou.

Foi assim no meu tempo de jogador de futebol, campeão de expulsões por não afinar diante dos injustos sopradores de apitos que roubavam meu Alecrim (nem sempre eu tinha razão, claro), como nas várias brigas com os cartolas sem vergonha que bati de frente não sei quantas vezes nos episódios de salários em atraso, dos vales mixurucas, de promessas não cumpridas; nos pegas com treinadores salafrários que tentavam me sacar do time (ou um companheiro na mesma situação) à simples sinalização de um "medalhão" chegando contratado ganhando 10 vezes mais e jogando muito menos, mas tinha que jogar para satisfazer os contratantes e uma imprensa, cega, a torcida sedenta por "contratações bombásticas", as mesmas tolices que a gente ainda vê hoje.

Injustiça me adoece e nem poupava os colegas de time, os de minha convivência diária quando destratavam ou tentavam pisar em quem não podia se defender. Me lascava nos episódios de protestos, de acertos para greves, como no caso de uma partida do Campeonato Estadual de 1979,  diante do Riachuelo, em que somente eu não apareci no Machadão. Fiz greve sozinho, e olha que estava iniciando minha carreira profissional, sendo assim acabei me transformando no personagem principal do programa de Assis de Paula, com gente saindo pelo ladrão para assistir ao vivo, quando a Rádio Trairi era no Alecrim e comandava as noitadas de esportes às segundas-feiras após as rodadas, isso no tempo que nosso futebol existia de verdade.

Me chamavam de polêmico, alguns diziam que eu era louco, e dos comentaristas esportivos de minha terra, tenho que dizer, reconhecido, agradecido, apenas Rubens Lemos conseguia entender a minha língua, a minha revolta e me defendia nas muitas lutas que travei, ao mesmo tempo que elogiava o meu futebol. Um Afonsinho, dizia ele. De um QI bem menor, eu rebatia, e talvez por isso, aos 30 anos, resolvi encerrar minha carreira de futebolista fazendo questão absoluta de nunca procurar um dirigente de futebol, nem mesmo os bons (raríssimos) para pedir qualquer tipo de favor.

E o que veio depois, ironia, quase caindo em meu colo graças a Aluísio Lacerda (essa história também já contei muitas vezes)? Não sei se sorte, acaso, destino, a profissão de jornalista esportivo, para começar novas brigas. A maior delas contra os próprios novos colegas, traíras, bajuladores sebosos de dirigentes, jabazeiros sem escrúpulos, dois ou três, que não passava uma semana sem fazer uma denúncia no Sindicato para tentarem me impedir de continuar, sem formação universitária, como editor de esportes do Diário de Natal denunciando as bandidagens do mundo podre do futebol e, claro, também os pústulas coniventes de rádio, jornal e televisão.

Como mudar quando já passei da casa dos sessenta? Vou ficar calado, acovardado diante de crápulas chantagistas sórdidos que levam a vida, e sua profissão suja, que é tudo, menos a de jornalismo, a falar mal dos governos, de políticos para que, esses mesmos governos e políticos se acovardem, se agachem, o procurem para passar a pagar pelo seu blog podre, seu programa de vômitos, suas demonstrações vis de podridão e servidão humana? Esse tipo de excremento, que tomou conta do Brasil (em proporções assombrosas) desde o surgimento da demência bolsonariana, se instalou nas mídias com o apoio do que existe de mais torpe e doentio: uma elite canhestra, asquerosa, analfabeta, de extrema direita que adora a mentira, a canalhice, a safadeza, a fofoca e tudo que pode existir de pior na representação humana, se é que se pode qualificar de humano esses seres enlameados que adoram se fantasiar de verde e amarelo.

Esse lixo me enoja. Esse lixo me odeia, e vocês, quem me conhecem sabem, o alívio que sinto por não ser obrigado, por força da profissão, a conviver todos os dias, se bem que por minguados minutos, com um ignóbil ignorante, vil, misógino, sarnento, reacionário podre, homofóbico, machista, mal resolvido, mal amado, tudo mais que existir de adjetivo ruim que se possa imaginar e encontrar no dicionário, e que ainda seria pouco para definir um réptil pestilento rouquenho que mal sabe juntar duas palavras, um exemplar perfeito do que pode haver de mais desqualificado da forma humanóide.  Um cancro que é tudo, tudo, menos jornalista, ou noticiarista, comentarista com qualquer preocupação com a verdade, com a decência e com as pessoas que estão acompanhando o seu destilar de veneno, e isso tudo por inveja, incapacidade de se igualar, sequer chegar perto das pessoas que ele ataca todos os dias para diminuir seu complexo de vira latas e insignificância.

Me junto, me juntarei sempre, assinarei sempre todos os manifestos que sejam em defesa dos valores, perdidos, ou quase, que essa corja (unida) de sabujos nojentos, repelentes queiram agredir, transgredir com  seus ataques, na maioria das vezes contra quem não pode se defender. Conheço essa raça, obtusa, má, vingativa, ressentida, revoltada, mas acima de qualquer coisa, covarde, covarde do tipo que nunca vai ter coragem de falar olhando nos olhos ou de travar, de peito aberto, sem entocas, subterfúrgios, o bom combate das ideias porque, sabemos, eles têm horror do significado amplo, irrestrito, completo da palavra democracia.

PS: Sim, tem mais uma coisa seu infeliz das costa ôca, febre do rato, cão sem dono,  fi de rapariga com guarda noturno, eu adoro tomar banho, só de chuva, e lá no meu sertão de São Tomé!!!
PS 1: Esclarecendo aos vigaristas acusadores, aos curiosos também, nunca tive cargo comissionado, e uma vez me colocaram numa suposta lista de funcionários fantasmas da Assembleia Legislativa, mesmo aparecendo todos os dias na tevê, no Programa Esporte em Pauta, prova inconteste de meu vínculo.

As mais quentes do dia

Apoiar Saiba Mais

Pra quem deseja ajudar a fortalecer o debate público

QR Code

Ajude-nos a continuar produzindo jornalismo independente! Apoie com qualquer valor e faça parte dessa iniciativa.

Quero Apoiar

Este site utiliza cookies e solicita seus dados pessoais para melhorar sua experiência de navegação.