Jornalistas investigam implicações da ausência paterna
Natal, RN 25 de abr 2024

Jornalistas investigam implicações da ausência paterna

20 de novembro de 2020
Jornalistas investigam implicações da ausência paterna

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As jornalistas Alice Machado e Isabelle Chagas lançam neste sábado (21) o livro-reportagem Não tenho pai, mas sou herdeiro: histórias e registros de paternidades ausentes. A obra é fruto do trabalho de conclusão de curso das autoras, orientadas pelo professor Elton Antunes, do Departamento de Comunicação Social da UFMG.

O lançamento ocorre na livraria Quixote e Café, em Belo Horizonte, mas versão digital do livro está disponível aqui.

O tema surgiu da experiência pessoal de Isabelle Chagas, que cresceu longe de seu pai.

“Apesar de o livro ter sido escrito a quatro mãos, apenas eu tenho essa vivência. Apesar de ser muito comum, a ausência paterna é um assunto interdito, não se fala muito sobre isso nem mesmo dentro das famílias. O filho sempre é herdeiro, pois existe uma herança física e psicológica que ele carrega mesmo sem ter conhecido ou sem conviver com o seu pai”, conta.

O livro-reportagem mostra que mais de cinco milhões de crianças no Brasil não têm o nome do pai na certidão de nascimento, enquanto outras milhões, mesmo carregando o sobrenome paterno, não tiveram pais presentes ao longo da vida.

Para investigar as diversas implicações da ausência paterna, as autoras abordam a questão sob diferentes perspectivas, como a jurídica, a psicológica e a comunicacional, sempre permeadas por afetos.

"A perspectiva judicial, por exemplo, é muito forte. Estivemos o tempo todo em contato com o direito de família, pois é ele que lida com os conflitos gerados pela ausência paterna”, conta Isabelle.

 A jornalista acrescenta que “não é mais possível tratar a ausência parental sem um olhar interseccional. Esse novo olhar nos permite compreender uma nova visão de família, que vai além daquela tradicional”.

A voz de quem sofre

O livro dá voz às pessoas que mais sofrem com a ausência paterna: filhos e filhas, mães e os próprios pais. Para isso, as jornalistas acompanharam a rotina de órgãos públicos como a Defensoria e o Fórum, entrevistaram juízes, defensores, advogados e observaram como é o dia a dia de quem atende e de quem procura por serviços relacionados ao reconhecimento de paternidade.

A reportagem reúne entrevistas, cartas, depoimentos e textos informativos sobre o tratamento que é dado ao assunto na Justiça. Além disso, traz dados inéditos sobre a realidade brasileira, que atestam que o país é um dos líderes nos rankings de abandono paterno.

Fonte: portal da UFMG

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