Justiça Eleitoral pede informações sobre violação às liberdades de expressão em universidades
Natal, RN 19 de abr 2024

Justiça Eleitoral pede informações sobre violação às liberdades de expressão em universidades

26 de outubro de 2018
Justiça Eleitoral pede informações sobre violação às liberdades de expressão em universidades

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O corregedor-geral da Justiça Eleitoral, ministro Jorge Mussi, informou que solicitará a todas as corregedorias regionais eleitorais informações a respeito das circunstâncias que motivaram o Ministério Público a anunciar que ingressará no Supremo Tribunal Federal (STF) com liminar pedindo o restabelecimento da liberdade de expressão e de reunião de estudantes e professores, bem como a liberdade de cátedra nas universidades públicas brasileiras.

A liminar será requerida em uma Arguição por Descumprimento de Preceito Constitucional Fundamental (ADPF) a ser ajuizada pela procuradora-geral da República, Raquel Dogde, que atua também como procuradora-geral Eleitoral.

A medida foi anunciada por Jorge Mussi no início da sessão extraordinária realizada nesta sexta-feira (26), no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), após a leitura, pela presidente da Corte, ministra Rosa Weber, de uma nota oficial sobre o mesmo assunto. Na mesma sessão,  Raquel Dodge comunicou a decisão de ajuizamento da ADPF no Supremo. Ela ressaltou que reuniu informações sobre atos que estão coibindo manifestação e liberdade de cátedra no âmbito de algumas universidades públicas brasileiras, e que a ação foi motivada por descumprimento de preceito fundamental à Constituição.

Em vários estados, universidades, sindicatos e associações de professores foram vistoriados por agentes do TRE, além de policiais federais e militares nos últimos dias.

De acordo com procuradora-geral, o artigo 102 da Carta Magna autoriza que se requeira ao STF providência para evitar, reparar ou evitar lesão a preceito fundamental resultante de ato do Poder Público. Ela esclareceu que o requerimento da liminar ocorreu após a verificação, em várias notícias veiculadas na imprensa, de indícios claros que contrariam a liberdade de expressão e de reunião e, também, a liberdade de cátedra que garante a autonomia universitária e, sobretudo, o debate e a discussão no ambiente universitário a respeito de medidas que estão relacionadas com as Eleições 2018.

Raquel Dodge ressaltou ainda que a Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão (PFDC) emitiu nota pública a respeito do assunto,em que defende a liberdade de manifestação. "É sempre o princípio a ser intransigentemente garantido", destaca.

A Corregedoria-Geral da Justiça Eleitoral é a unidade do TSE responsável pela fiscalização da regularidade dos serviços eleitorais em todo o país e pela orientação de procedimentos e rotinas a serem observados pelas corregedorias eleitorais em cada unidade da Federação e pelos cartórios eleitorais.

Caso

Sob escolta de policiais militares armados e sem mandado, uma bandeira em que estava escrito "Direito UFF Antifascista" foi retirada por fiscais do TRE-RJ (Tribunal Regional Eleitoral do Rio), na noite desta terça-feira (23), da fachada da faculdade de Direito da UFF (Universidade Federal Fluminense (UFF).

O pretexto da retirada informado pelos servidores do TRE-RJ  seria suposta "propaganda irregular" e "negativa" para Bolsonaro, embora a faixa não mencionasse o candidato.

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