O juiz Pedro Henrique Alves, da 1º Vara da Infância, da Juventude e do Idoso, proibiu a entrada de menores de 14 anos de idade na exposição “Queermuseu - Cartografia da Diferença na Arte Brasileira”, que aborda temáticas relacionadas a identidade de gênero. A mostra abre ao público neste sábado (18), na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, no Rio Janeiro.
O descumprimento à determinação pode gerar multa de R$ 50 mil por dia aos organizadores. Adolescentes com 14 anos e 15 anos acompanhados por responsáveis têm autorização para entrar.
O Ministério Público, que chegou a ser provocado pelo pasto Silas Malafaia, informou que em nenhum momento pediu a proibição do ingresso de menores de 14 anos na exposição. Ele havia recomendado a afixação de informação sobre o conteúdo da mostra, que apresenta obras com conteúdo de sexo e nudez.
A mostra foi suspensa pelos organizadores em setembro de 2017 em Porto Alegre, no Centro Cultural Santander, após campanha agressiva em redes sociais contra o conteúdo da exposição, principalmente por parte do MBL. O curador Gaudêncio Fidelis declarou que não foi avisado previamente sobre o fechamento.
A exposição apresenta 214 obras de 82 artistas, um número menor do que as 264 da exposição original. Segundo o curador, Gaudêncio Fidelis, a redução não cortou nenhum artista e não modificou a integridade conceitual da mostra, mas foi necessária para adaptar ao espaço expositivo, menor do que o de Porto Alegre.
A palavra queer se refere a pessoas que não seguem o modelo de heterossexualidade ou do binaridade de gênero.
Esta é a primeira curadoria sobre a temática no Brasil e na América Latina e abrange obras desde o século 19 até a atualidade, com artistas como Adriana Varejão, Cândido Portinari, Alfredo Volpi, Lygia Clark, Alair Gomes, Guinard e Pedro Américo, reunidas de coleções públicas e particulares.