Lobista preso em operação Tubérculo recebia salário da Assembleia Legislativa
A Assembleia Legislativa exonerou o lobista Edvaldo Pessoa de Farias, conhecido como Bola, preso na terça-feira (14), em Natal, na operação do MP/RN batizada de Tubérculo. Ele era lotado no gabinete da deputada Cristiane Dantas (PPL) como “assistente parlamentar”.
O portal Saiba Mais procurou o gabinete da deputada - que é companheira do vice-governador dissidente, Fábio Dantas (PSB) - para saber qual era a função do servidor exonerado. A assessoria de imprensa informou que “não vai comentar, porque não tem relação com o fato investigado” e que a providência tomada foi o seu desligamento.
Segundo o Portal da Transparência da AL, Edvaldo recebia salário básico de R$ 3.370,56. Valor bem próximo da “mesada”, de R$ 3 mil, que recebia por lobby.
De acordo com a Medida Cautelar de sua prisão temporária, Edvaldo apresentava-se como emissário do prefeito de Caicó, Robson Batata (PSDB), nas transações.
“Além da quantia inicial destinada ao Prefeito de Caicó/RN, que selou a parceria entre os investigados e as empresas, ficou acertado que seriam pagas outras vantagens indevidas em percentual a ser calculado sobre cada medição de energia fornecida, bem como a quantia fixa de R$ 3.000,00 (três mil reais) para Edvaldo Pessoa de Farias, como forma de ‘mesada’”, diz o documento.
A Operação Tubérculo é desdobramento das operações Cidade Luz, deflagrada em julho de 2017 e que desvendou um esquema criminoso instalado na Secretaria Municipal de Serviços Urbanos de Natal através da constituição de cartel, entre empresas pernambucanas que prestavam serviços de iluminação pública; e Blackout, de agosto do mesmo ano e que apurou superfaturamento e pagamento de propina para manutenção do contrato de iluminação pública em Caicó.