Luísa e os Alquimistas se apresentam em festival fluminense online feito por mulheres
Natal, RN 26 de abr 2024

Luísa e os Alquimistas se apresentam em festival fluminense online feito por mulheres

9 de abril de 2021
Luísa e os Alquimistas se apresentam em festival fluminense online feito por mulheres

Ajude o Portal Saiba Mais a continuar produzindo jornalismo independente! Apoie com qualquer valor e faça parte dessa iniciativa.

Quero Apoiar

Neste fim de semana, nos dias 9, 10 e 11, ocorre a primeira edição online do Festival Roque Pense!, evento musical produzido por mulheres da Baixada Fluminense, no Rio de Janeiro, que conta com a apresentação da banda potiguar Luiza e os Alquimistas, além de Kaê Guajajara e rappers fluminenses.

O festival é produzido por uma rede de mesmo nome, com mulheres profissionais da cultura que desenvolvem projetos musicais, de cultura urbana e audiovisuais. Além das apresentações de música, o público também poderá conferir uma série audiovisual, um podcast e oficinas oferecidas pelo projeto.

"Em toda edição a gente parte de uma temática. E como estamos completando dez anos agora em 2021, escolhemos a temática que remete muito a nossa trajetória, que é o ativismo. Considerando também que a arte comprometida com a luta social, a luta por direitos humanos e direitos das mulheres é algo muito necessário agora nesse momento de crise mundial. A cultura tem esse papel, né? Então, a partir daí a gente escolheu essa temática E o feminismo, as mulheres negras, o movimento LGBTI", explica a produtora Giordana Moreira.

O festival gerou 54 oportunidade de trabalho e empregou 42 mulheres durante a pandemia. Segundo a produtora, a ideia é fortalecer trabalhadoras da cultura em áreas que normalmente são mais ocupadas por homens.

Projeto emprega majoritariamente mulheres profissionais da cultura para realização do Festival. Foto: Divulgação

Nesta sexta-feira, 9, a rapper Kaê Guajajara abre a programação. A artista do povo Guajajara é cantora, compositora, escritora, atriz e usa a arte para falar sobre questões que atingem as comunidades indígenas em todo o país, como  o agronegócio e queimadas, além do racismo e invisibilidade dos povos tradicionais.

No sábado, 10, é a vez dos membros da banda Luiza e os Alquimistas invadirem o festival fluminense. Os potiguares donos do hit "Olhos de Tocha" e "Cadernin" misturam ritmos como reggae, brega e reggaeton e levam uma estética de prints de oncinha e colorido que faz sucesso no circuito natalense para o sudeste do país.

"Tá todo mundo também vivendo um momento de muita escassez. São festivais que são produzidos por pessoas que também estão na correria, que não tem grandes patrocínios de grandes empresas, então mas de toda forma, temos conseguido nos manter como grupo graças a esses festivais", diz Luíza  Nascim, vocalista da panda norte-rio-grandense.

A cantora conta que o grupo precisou se reinventar durante a pandemia, e os editais públicos que fomentam a atividade artística, como o Aldir Blanc, tem sido essenciais para a manutenção da atividade do grupo. Ainda assim, eles precisam dar conta de outras atividades para obter renda.

Vocalista conta que integrantes precisam realizar diversos trabalhos para conseguir obter renda durante a pandemia de Covid-19. Foto: Ian Rassari / Divulgação

"A gente foi vendo que dava para fazer show e foi desenrolando de outras formas. Individualmente, também precisamos 'correr' muito por fora para poder conseguir nos manter. Eu fiz muitos freelas. Tenho trabalhado muito na produção de videoclipe, produção de moda, de assistência de produção. Os meninos da banda, quase todos produzem bicos e trabalham com outros artistas", detalha.

No domingo, 11, se apresentam um conjunto de rappers da Baixada Fluminense, como Afrodite, LOrac Lopez, Lavínia e Athena, além da Dj Moonjay. O evento é chamado de Cypher, uma apresentação que busca divulgar novos nomes e aumentar a representatividade de grupos dentro do movimento hip hop.

"O Festival Roque Pense! é um dos mais importantes de música aqui da região da Baixada Fluminense. Se não continuássemos [o projeto], ia ser uma perda imensa pra todo um cenário. Muito mais do que essa de meia centena de pessoas que está envolvida na produção, mas numa história de dez anos fazendo arte aqui nesse território popular, com alto impacto social, que dá sentido as vidas das pessoas, dá trabalho pras pessoas, gera renda, movimenta a economia e também constrói uma imagem e uma cultura a partir desse território aqui da Baixada, de abundância e do bem viver", defende Giordana Moreira sobre a continuação do evento durante a pandemia.

Serviço:

Festival Roque Pense!
Quando: Dias 09, 10 e 11 de abril, às 20h
Exibição no YouTube

Apoiar Saiba Mais

Pra quem deseja ajudar a fortalecer o debate público

QR Code

Ajude-nos a continuar produzindo jornalismo independente! Apoie com qualquer valor e faça parte dessa iniciativa.

Quero Apoiar

Este site utiliza cookies e solicita seus dados pessoais para melhorar sua experiência de navegação.