Lula defende Haddad e “grande aliança” no 2º turno em 2022: “só não pode inventar de ir a Paris depois”, alfineta
Natal, RN 28 de mar 2024

Lula defende Haddad e "grande aliança" no 2º turno em 2022: "só não pode inventar de ir a Paris depois", alfineta

18 de fevereiro de 2021
Lula defende Haddad e

Ajude o Portal Saiba Mais a continuar produzindo jornalismo independente! Apoie com qualquer valor e faça parte dessa iniciativa.

Quero Apoiar

Por Rede Brasil Atual

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a criticar os diálogos revelados entre o ex-juiz federal Sergio Moro e os procuradores da Operação Lava Jato. Em entrevista ao jornalista Kennedy Alencar, do UOL, nesta quinta-feira (18), Lula afirmou que o conluio entre a acusação e o juiz para incrimina-lo injustamente na Lava Jato, com ajuda da mídia tradicional, fez mentiras serem transformadas em verdades.

Desde o final de janeiro, diversas mensagens trocadas entre Moro e procuradores da Lava Jato, sobre o caso envolvendo Lula, foram reveladas, após o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski retirar o sigilo de parte dos arquivos da Operação Spoofing. As conversas, consideradas por especialistas um “escândalo judicial”, estão sob a posse da defesa de Lula para defender o ex-presidente das acusações da Lava Jato.

Após a publicidade do material, cresceram as chances do processo envolvendo Lula ser anulado, por suspeição do ex-juiz Moro. “Não sei qual será a decisão do STF, mas sou refém da maior mentira contada neste país, inventada pelo Sergio Moro e a quadrilha de procuradores de Curitiba, para evitar que eu me candidatasse à Presidência da República”, disse Lula.

Ele também lembra que os principais meios de comunicação ajudaram a fomentar a narrativa construída pela Lava Jato, a qual questionava sua honestidade e enaltecia Sergio Moro.

“Moro é um ídolo de barro que a Globo criou. Como ela (Globo), Estadão, Folha, Veja e tantos outros jornais vão rever a sua posição, após ficarem quatro anos endossando mentiras?”, perguntou.

“Eles abusaram da boa fé do povo brasileiro e tentaram transformar as mentiras em verdade. Eu sei o que o povo acreditou, por isso estou brigando para mostrar que os verdadeiros ladrões eram aqueles que me acusavam de ladrão”, acrescentou Lula.

Bolsonaro é genocida

Durante a entrevista, Lula também criticou a falta de ações do governo de Jair Bolsonaro no combate à pandemia de covid-19. Enquanto a curva de contágio e mortes pelo vírus segue em alta, com 242 óbitos, cidades como Rio de Janeiro, Cuiabá e Salvador suspenderam a vacinação da população.

Ontem (17), o Ministério da Saúde anunciou a chegada de 230 milhões de doses, sem especificar como serão adquiridas. “Bolsonaro continua negando a pandemia e o ministro da Saúde (Eduardo Pazuello) não tem um protocolo para vacinação. Eles passaram o tempo todo vendendo um remédio que não ajuda em nada”, lamentou.

Para o ex-presidente, é correto afirmar que Bolsonaro promove um genocídio, pois promove a morte.

“Ele não se importa com a morte de 250 mil pessoas. É um presidente que não tem respeito com a população mais pobre, mais vulnerável. É um genocida, porque ele não se importa com a vida. Ao invés de cuidar da saúde do povo, ao invés de garantir empregos e a economia da população, ele está preocupado com a utilização de mais armas, como se tudo se resolvesse na bala”, criticou.

Em janeiro, Lula foi diagnosticado com covid-19 enquanto estava em viagem a Cuba, para participar das gravações de um documentário sobre a América Latina, dirigido pelo cineasta norte-americano Oliver Stone. Ele diz que está bem e quer tomar a vacina.

Ao ser perguntado sobre não ter participado da vacinação promovida por Doria com ex-presidentes do Brasil, Lula classificou a ação como uma “encenação política”.

“Na hora que chegar meu momento, quando tiver vacina para as pessoas com 75 anos, vou procurar um posto de saúde e tomar minha vacina, como qualquer pessoa.”

Lula e as eleições de 2022

Um dos principais assuntos que estiveram presentes no final de 2020 e início deste ano foi a possibilidade de Rodrigo Maia (DEM-RJ), agora ex-presidente da Câmara dos Deputados, abrir o processo de impeachment de Bolsonaro. Agora, com a eleição de Arthur Lira (PP-AL), Lula não acredita no afastamento do presidente da República.

“Eu não quero o impeachment de Bolsonaro porque sou seu opositor, mas porque ele tomou várias medidas estúpidas que merecem o impeachment. Ele é um insano que não respeita a medicina”, disse.

“Se não abrimos o processo com o Maia, não vamos conseguir com o Lira. Eu não acredito mais que haja tempo”, lamentou.

Lula também não garantiu que não será candidato à Presidência em 2022, caso recupere seus direitos políticos, mas apontou o nome de Fernando Haddad (PT) como “extraordinário”. O petista enalteceu os 47 milhões de votos de Haddad nas eleições de 2018 e disse que irá apoia-lo. “Não tem um nome melhor que o dele.”

Perguntado sobre a frente ampla progressista, Luiz Inácio Lula da Silva defende que cada partido lance seu candidato no primeiro turno e criem uma aliança no segundo.

“Como a gente vai escolher o candidato de uma frente ampla? A melhor maneira de medir forças é no primeiro turno, assumindo um compromisso de união no segundo turno. Só não pode inventar de ir a Paris depois. Tem que fazer como o (Leonel) Brizola fez comigo, em 1989, quando me apoiou”, defendeu ele.

O ex-presidente não acredita no argumento, de parte do setor progressista, sobre a ‘candidatura do PT eleger Bolsonaro’. Para Lula, essa leitura política é “uma ingenuidade”.

“O Bolsonaro tem a aprovação de 25% a 30%, ou seja, tem 70% que podem não votar nele. Se a gente vai ao segundo turno, vamos procurar outras forças políticas e criar uma grande aliança“, afirmou.

Forças Armadas

No último dia 10, o general Eduardo Villas Bôas revelou que as postagens polêmicas que ele fez em seu perfil no Twitter, às vésperas de um julgamento de habeas corpus do ex-presidente Lula pelo STF, em 2018, foram articuladas e escritas com participação do Alto Comando do Exército.

Lula também comentou esse caso, ao qual se disse “triste”. Entretanto, reiterou que o Exército não tem direito de opinar sobre ações do Judiciário.

“Eu tinha um profundo respeito pelas Forças Armadas. Pode perguntar para qualquer comandante se algum presidente tratou eles melhor do que eu. Porém, não é de direito constitucional o alto comando do Exército se reunir para dar um pito na Suprema Corte”, alertou.

As Forças Armadas existem para cuidar da soberania nacional e não para decidir se alguém será candidato a presidente. Se um general quer disputar eleição, saia do quartel e dispute a eleição. O governo Bolsonaro tem centenas de militares no governo federal e eles não foram feitas para isso”, finalizou.

Apoiar Saiba Mais

Pra quem deseja ajudar a fortalecer o debate público

QR Code

Ajude-nos a continuar produzindo jornalismo independente! Apoie com qualquer valor e faça parte dessa iniciativa.

Quero Apoiar

Este site utiliza cookies e solicita seus dados pessoais para melhorar sua experiência de navegação.