Mídia argentina tenta ressuscitar Macri na reta final da eleição
Natal, RN 26 de abr 2024

Mídia argentina tenta ressuscitar Macri na reta final da eleição

22 de outubro de 2019
Mídia argentina tenta ressuscitar Macri na reta final da eleição

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ComunicaSul*

Buenos Aires/Argentina

O debate eleitoral entre os postulantes à presidência na Argentina, ocorrida na noite de domingo (20), não teve vencedor.  Com formato engessado e esvaziado de conteúdo político, a tônica do embate foi a disputa do voto pela rejeição ao oponente. Mesmo assim, o que se viu nos principais meios de comunicação da Argentina foi completamente diferente.

Direto de Buenos Aires, os jornalistas do ComunicaSul analisaram como os principais periódicos do país transformaram o insosso debate eleitoral em um golpe de Macri no amplo favoritismo da chapa formada por Alberto Fernandez e Cristina Fernández de Kirchner (candidata à vice-presidência). A conversa contou com a participação de Vanessa Silva (Diálogos do Sul), Felipe Bianchi (Barão de Itararé), Rafael Duarte (SaibaMais) e Caio Teixeira

Defensor de um discurso que se resume a jogar a mazela histórica da corrupção nas costas de Nestor e Cristina Kirchner, Macri, mesmo confrontado sobre inúmeros escândalos que protagonizou durante sua passagem pela Casa Rosada, insistiu no roteiro.
Inimigos declarados do projeto nacional e popular iniciado por Nestor Kirchner na década passada, os grandes meios não se constrangem em colocar seu jornalismo a serviço de "ressuscitar" Macri na disputa - nas primárias, em agosto, o atual presidente, com 30% das intenções de voto, foi demolido pelo candidato da Frente de Todos, que arrematou 50%, placar cujos precedentes apontam para um cenário desolador para o mega-empresário de Buenos Aires. As projeções apontam que ele precisa de 2,5 milhões de votos para voltar a sonhar com o segundo turno.

A defesa de seu mandato, que pode estar muito próximo do fim, se resumiu a ataques a Alberto Fernandez e à transferência de responsabilidade, aos governos anteriores, da ineficácia dos trágicos movimentos que levou a cabo, como a escalada do endividamento externo com o Fundo Monetário Internacional (FMI) a troco de nenhum resultado positivo na busca por uma saída para a crise. Pelo contrário: a Argentina agoniza em um cenário de estrondosa inflação, desemprego em massa e o retorno de milhões de cidadãos à pobreza.

De acordo com os jornalistas do ComunicaSul, a aposta da mídia hegemônica na Argentina é reprovável, porém não surpreende. Os dirigentes do grupo Clarín, que monopoliza o sistema midiático do país, já declarou que contra os Kirchner se pratica o 'jornalismo de guerra, recordam.

Assista a análise completa:

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O Coletivo de Comunicação Colaborativa ComunicaSul está cobrindo as eleições na Bolívia, Argentina e Uruguai com o apoio das seguintes entidades:

Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé; Hora do Povo; Diálogos do Sul; SaibaMais; 6 três comunicação; Jaya Dharma Audiovisual; Fundação Perseu; Abramo; Fundação Mauricio Grabois; CTB; CUT; Adurn-Sindicato; Contee; CNTE; Sinasefe-Natal; Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos e Região; Sindsep e Sinpro MG. A reprodução é livre, desde que citados os apoios e a fonte.

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