Não basta ser playboy. Tem que ser youtuber !
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Não basta ser playboy. Tem que ser youtuber !

14 de maio de 2018
Não basta ser playboy. Tem que ser youtuber !

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Alô, galerinha! Estamos começando mais um programa “Mamãe, caguei!”, levando até vocês toda uma coletânea de preconceitos, afirmações ofensivas e xingamentos gratuitos direcionados às minorias, os menos favorecidos e a todos esses vitimistas de meia tigela que ficam por aí se pavoneando de seus problemas querendo convencer a sociedade e as pessoas de bem que os supostos casos de violência, a discriminação, perseguição e falta de oportunidades que eles sofrem são mais graves que a bateria do meu celular prestes a acabar ou o fato de o meu Toddyinho gelado estar faltando na conveniência da esquina. Bitch, please!

O objetivo deste programa é dar voz a quem não tem alegando a existência de uma ditadura gay, uma imposição feminista de etiqueta, uma hegemonia do pensamento esquerdista, a obrigatoriedade do politicamente correto que não nos deixa nem ser racistas em paz,  e uma patrulha intolerante que não nos permite nem a espontaneidade moleque de valorizar publicamente os atributos físicos de uma menor de idade. Porque agora, tudo virou assédio! Tudo é preconceito nessa sociedade de hoje. A gente devia ter um manual de instruções antes de sair à rua, abrir a boca ou postar alguma coisa. Vai passar a mão na bunda de alguém numa micareta, vai dar um tapa na cabeça de um anão pra tu ver as pessoas apontando o dedo pra você, expondo sua integridade nas redes sociais. É muita opressão pra cima da pessoa. E eles ainda têm a ousadia de dizer que os oprimidos são eles. Tu acha?

Mas pra cima de mim não, negão! Eu sou culto! Vejo todos os vídeos do Olavão, leio todas as manchetes do Anta-agoniza (as notícias não, que dão muito trabalho. Têm mais de um parágrafo), interpreto semioticamente os memes do MBL. Estou super em sintonia com as nossas lideranças intelectuais: o Frota, o Gentile, a Sherazade. Minha missão é oxigenar o debate que vem sendo sufocado com regras excessivas por grupelhos que detestam a liberdade, promover o contraponto ante a ação desenfreada de organizações rubras que se apropriaram dos meios de comunicação e que dominam as redes sociais tentando nos calar em nome de um aludido respeito ao próximo. Papo furado desse povo “empoderado”.

Tenho como dever quase divino, de um liberal ungido por Deus, conservador nos costumes e novo na economia, trazer um pouco de luz para as trevas em que se converteram as conversas ideológicas virtuais, até mesmo para dar ciência a determinados grupos organizados da própria insignificância deles, porque tem muita gente por aí que tá se achando e aproveitando essa moda da inclusão pra se promover com o discurso de coitadinhos: “ai, porque eu sofro, porque meu tataravô que eu nem sei o nome foi escravizado, porque mulher ganha menos, porque gay morre mais, porque maconha cura glaucoma.”

Eu inundo a sua timeline com argumentos desprovidos de sentido, mas tão complexos e elaborados que fazem as pessoas concordarem comigo por pura preguiça de pensar, pesquisar ou interpretar direito o que eu escrevi. Publico pérolas do senso comum que estão no subconsciente coletivo da maioria como se tocasse uma flauta e atraísse ratos hipnoticamente, guiando-os para onde desejo leva-los. Porque as pessoas, no fundo (e também no raso), realmente creem que uma mulher pode evitar estupro se usar roupas mais compostas, que um pobre de pele escura é um potencial criminoso até que se prove o contrário, que homem com homem e mulher com mulher é errado até em refrão de Tim Maia, que os ditos progressistas adoram.

Nos meus vídeos, vou demonstrar por A mais B, utilizando estatísticas totalmente aleatórias (ilustradas por gráficos bonitinhos na tela), que a solução do Brasil é armar as pessoas de direita (que eu chamo de cidadãos de bem), reduzir a maioridade penal (porque tem adolescente que é ruim por natureza, todo mundo sabe), entregar TUDO pra iniciativa privada que é pra não acontecer mais bosta (trocadilho do autor) e defender ao mesmo tempo o estado mínimo e a intervenção militar, protagonizando uma manobra tão ousada de malabarismo retórico que faria Daiane dos Santos e Diego Hipólito me aplaudirem de pé numa prova de solo de ginástica. Também vou ignorar evidências que não favoreçam meu ponto de vista como, por exemplo, o de que a guerra às drogas é um dos grandes entraves para a melhoria da segurança pública no país. Até porque, como meus vídeos tentarão mostrar, guerra é de Deus e paz é coisa do Diabo.

Haverá momentos de grande controvérsia, quando eu cutucar feridas abertas, conceitos mal resolvidos e evidentes incoerências como o vitimismo, a discriminatória política de cotas, o preconceito das minorias para com as maiorias. Também costumo fazer denúncias graves como o racismo reverso, a opressão dos gays que promovem festas e não nos convidam, a afirmação que o feminismo é um movimento de sapatas histéricas sofrendo com falta de rola. É aquele bafafá. Todo mundo comentando, compartilhando, metendo o pau, mas divulgando mesmo assim, elogiando e dizendo que eu expressei o que elas queriam dizer. Enfim, nesses momentos, minha palavra se torna viral e, como todo vírus, é contagiosa.

Uma das coisas que eu mais gosto é de construir narrativas, mesmo que eu quase não tenha lido livros na vida. Eu pego fatos desconexos e começo a encaixá-los de modo que se formem enredos completos e coesos. As pessoas começam a acreditar nas teorias da conspiração que podem até não ser verdades comprovadas, mas se não forem desmentidas, então fica a dúvida pairando sobre suas cabeças. Também curto muito lançar umas “mentiras do bem” pra desconstruir imagens de adversários, inimigos e promover os meus posicionamentos. O que atrapalha um pouco são os cerceadores da liberdade de expressão que se auto-denominam “checadores” e que nos acusam de disseminadores de “Fake News”. Absurdo isso! A pessoa não pode mais nem mentir que já vêm esses esquerdinhas chamar a gente de mentiroso. Vão pra Cuba!

Porém, é aquela coisa, né? Fake News no Facebook dos outros é refresco. Agora, quando alguém solta uma notícia anunciando que existe aquecimento global ou que teve ditadura no Brasil, a gente vai lá nas caixas de comentários ou nos replys e sai gritando: “Fake News! Fake News!” Se alguém diz que sofreu preconceito por ser negro (como se isso existisse no Brasil), a gente também marca presença e escreve: “Mimimi! Mimimi!” Porque é preciso abrir os olhos das pessoas pras verdades inconvenientes que ninguém quer enxergar.

Tudo isso se faz necessário porque o monopólio da informação, como todo mundo sabe, se encontra concentrado nas mãos dos esquerdopatas, esses autoritários que querem nos obrigar a amar todo mundo, a aceitar quem a gente não quer ver por perto, a ver beijo gay na novela. Eu sou do tempo em que ser gay era proibido, hoje é opcional, mas eles querem que seja obrigatório. Veja bem, eu até acho o monopólio legal quando se trata de uma empresa, até porque isso é um atestado de competência de seus gestores: meritocracia que chama. Agora, quando o monopólio está nas mãos desses opressores que querem me forçar a respeitar os outros e tolher a minha liberdade de ser livremente preconceituoso, aí é expor esses intolerantes.

Esses bolivarianos gostam é de coisas que não contribuem com o PIB: poesia, música de protesto tocadas em violões desafinados à beira mar em volta de uma fogueira, apanhadores de sonhos nas janelas, filósofos obscuros e políticas sociais predatórias de distribuição de renda que não passam de ações parasitárias a drenar a riqueza gerada pela classe produtiva brasileira. É por isso que eu defendo a meritocracia: se uma pessoa quer ganhar alguma coisa, deve se esforçar e não ficar pendurado nesses bolsa-família não. Só é pobre quem quer. Eu mesmo ralei muito na escola americana que meus pais pagaram, nos cursos de línguas que meus pais bancaram, na universidade pública que eu cursei e agora produzindo esses vídeos que eu posto com os equipamentos que meu pai me deu. Não ganhei nada e mão beijada não, meu filho. Eu suei muito!

E estou aqui pra defender ideias que vão fazer o país prosperar. Porque minha vontade mesmo era mudar pra Miami como o Constantino ou pra Los Angeles como a Ana Paula do Vôlei, mas como não posso, fico por aqui eu e o Lobão para evitar que o Brasil vire uma Venezuela. Aliás, é sempre bom lembrar que a Venezuela é de esquerda e que se o amigo Internauta votar em candidatos de esquerda, ele vai estar automaticamente nos convertendo numa Venezuela. É importante ignorar totalmente (inclusive, literalmente) que o Uruguai erradicou o analfabetismo, promoveu a paz social e melhorou a qualidade de vida da população, promovendo políticas de esquerda como a liberação das drogas, o casamento gay, o investimento público em educação, a ampliação da rede de proteção social e mais. Também não devemos dar um pio sobre as melhorias de Portugal promovidas pelo governo socialista que gere o país, tornando-o um dos 3 mais seguros do mundo e que não seguiu as recomendações de austeridade da União Europeia e do sistema bancário pelo bem-estar da população. Para todos os efeitos, Portugal não é de esquerda. Mandamos até a Luana Piovani pra lá a fim de disfarçar. Mesmo quando o país não é de esquerda, mas aplica políticas públicas de inclusão, liberação das drogas ou maior representatividade nos ministérios como no caso do Canadá, a gente cala.

Só Venezuela, Coreia do Norte e Cuba são de esquerda. Até da China, a gente esquece, porque é rica. Só vale apontar como esquerda se for pobre.

A verdade é que esse povo é como uma melancia do avesso. Diz que gosta de vermelho, mas por dentro, são todos verdes. Adoram abraçar uma árvore e sair espalhando notícias sobre desmatamento, bichinhos abandonados, assassinatos de índios, tiro em sem-terra e maconha. Essa história de defender a pauta ambientalista é só pra atrasar o agronegócio que carrega o país nas costas. Agro é pop, bicho! Saiu na TV e tudo. Além disso, se for parar o desmatamento, eles iam parar de plantar soja pra plantar maconha. Aposto. Só pensam nisso. Ficam postando que maconha faz bolo, faz biscoito, cura quimioterapia, epilepsia, recupera o apetite. Se deixar, eles criam uma Herbalife só pra vender bagulho: uma Ervalife, no caso. Outra coisa: não vivem dizendo que a sociedade evolui? Então pra que ficar defendendo índio? Voltem pra oca, então! E vendam seus iPhones por um precinho em conta pra nós que escolhemos ser civilizados. E ficam acusando a Polícia Militar de terrorista, mas adoram uns Sem-Terra, né? Vai entender!

É nosso dever, como formadores de opinião na Internet, proteger as famílias e as pessoas de bem desse discurso nocivo à sociedade. Porque daqui a pouco, você tá lá vivendo sua vida e começa a achar que o certo é errado e o errado é certo. Os gays e lésbicas, por exemplo, vivem falando em respeito, mas são os primeiros a desrespeitar os outros ao ficarem andando de mãos dadas em lugar público, achando ruim quando a gente olha torto pra dois deles sozinhos num restaurante ou no cinema. Como pode? Respeite pra ser respeitado. É assim que funciona. E ficam querendo casar, forçando a barra pra justiça aceitar. Mas ninguém é obrigado a engolir isso não. Se vocês soubessem do constrangimento que causam numa mãe, num pai, não sairiam do armário nunca. Muitas vezes um pai ou um tio, de tão oprimido, é obrigado a espancar um filho veado, desferindo golpes que doem muito mais nele do que no rapaz, podem ter certeza. Aí, ficam dizendo coisas do tipo: “muitos gays morrem no Brasil.” E quantos héteros morrem, meninas? Querem comparar? Vamos trocar? Quer dizer, esqueçam essa última frase. Porque eu sei que vocês querem. A gente já é obrigado a tolerar essa conversa fiada de “diversidade”, a Coca-cola do Pablo Vittar e vocês ainda querem mais? O fato é um só: não se trata de preconceito, mas de biologia. Se todo mundo virar gay como pregam os esquerdistas, não vai ter mais humanidade. Ponto. Essa é a verdade, o resto é ideologia de gênero.

As lésbicas também precisam de um “se ligue”. Ficam criando neologismos como “empoderamento”, “igualdade entre sexos”, “privilégios masculinos”, “equiparação salarial” e manipulando um monte de gente com isso. Só querem ser as versões femininas do Aurélio. Só que todo mundo sabe, embora alguns finjam não saber, que mulher não nasceu pra ser Aurélia, mulher nasceu pra ser Ofélia. Tem que ser subserviente ao homens mesmo porque vieram das nossas costelas e são protegidas pela legislação, trabalham menos, não sabem dirigir direito. Se elas se dessem mais ao respeito, já eliminariam metade dos problemas. Mulher tem que parar de se fazer de vítima e valorizar mais a liberdade que os homens lhes dão. Cadê a gratidão? Tem que ver isso aí!

Tudo na vida deveria ter limites (menos o mercado e a liberdade de expressão da Direita). Mas a liberdade de expressão artística da esquerda, essa sim, deveria ser acompanhada de perto e impedida de pregar certos conteúdos perigosos. Quadro com nudez é apologia à sacanagem, poesia feminista é um incentivo à desordem e à desobediência civil, pornografia na arte é pedofilia. Mas fotos de novinhas tiradas sem o consentimento e vazadas, além de vídeos íntimos de menores repassadas pelo WhatsApp nos grupos dos caras, tão liberadas. É isso que os homens fazem, sempre foi assim. Por isso, devemos apoiar o Escola Sem Partido e proibir o ensino de Educação Sexual na escola, cortando o mal pela raiz, além de evitar a doutrinação que converte crianças em militantes comunistas, gays e maconheiras. Ou pior: poetas que declamam em saraus.

Aí, você deve estar se perguntando: “como esse cara fazia pra passar vergonha antes do Youtube?” Pois é. No meu tempo, eu não passava vergonha. Porque esse negócio de bullying, preconceito, respeito, inclusão, empoderamento, essas coisas, só vieram aparecer um dia desses, provocando a maior inversão de valores que se têm notícia. Tá tudo ao contrário e é por isso que o Brasil e o mundo estão nesse caos. Hoje em dia, o tipo humano mais oprimido é o homem branco hétero de direita. Pobres de nós. Quer dizer, pobres não, injustiçados que quem gosta da palavra “pobre” é o povo da esquerda.

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