Número de policiais mortos em serviço e de vítimas de ações policiais cresce no Rio Grande do Norte
Natal, RN 29 de mar 2024

Número de policiais mortos em serviço e de vítimas de ações policiais cresce no Rio Grande do Norte

19 de outubro de 2020
Número de policiais mortos em serviço e de vítimas de ações policiais cresce no Rio Grande do Norte

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Entre os anos de 2017 e 2018, segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2020, divulgado nesta segunda (19), o Rio Grande do Norte teve um aumento de 38% no número de policiais mortos, apesar da maioria dos estados do país terem apresentado queda nesses índices. A exceção ficou por conta do Espírito Santo, Maranhão, Pará, Pernambuco, Amapá, Amazonas, Roraima e Rio Grande do Norte. Enquanto em 2017 um total de 18 policiais militares foram mortos fora de serviço, em 2018 foram 25 mortos por causas não naturais. Já o número de pessoas mortas em decorrência de intervenções policiais também cresceu, passou de 108 em 2017 para 134 em 2018.

Policiais Militares mortos em confronto ou por lesão não natural fora de serviço

2017: 18

2018: 25

Policiais Civis e Militares mortos por CVLI (Crimes Violentos Letais Intencionais)

2017: 18

2018: 25

Morte Decorrente de Intervenção Policial (em serviço e fora de serviço)

2017: 108

2018: 134

No entanto, houve redução no número de homicídios dolosos (quando há intenção de matar), de latrocínios (roubo seguido de morte) e de lesões corporais seguidas de morte no Rio Grande do Norte.

Homicídio doloso

2017: 1.863

2018: 1.503

Latrocínio

2017: 83

2018: 73

Lesão corporal seguida de morte

2017: 301

2018: 216

Na avaliação dos pesquisadores que trabalharam no Anuário, a cena dos crimes mudou e apresenta uma nova dinâmica. O marco foram as rebeliões ocorridas em presídios do Amazonas, Pará e do Rio Grande do Norte em 2017. Os motins provocaram tensão em todo o sistema penitenciário que, segundo os pesquisadores, ficaram à espera de virar o próximo presídio a se rebelar, o que criou uma enorme sensação de imprevisibilidade e espalhou conflitos dentro e fora dos presídios do Brasil. O ano de 2017 bateu recorde histórico de homicídios, ultrapassando a marca do ano anterior, que já era a mais alta. Os conflitos só diminuíram a partir de ações da inteligência adotadas a partir de 2018.

Mortes Violentas Intencionais – MVI

2017: 2.355

2018: 1.926

O relatório também faz um alerta de que nos próximos anos, um dos principais desafios será conseguir diminuir o total de homicídios ocorridos por intervenção policial. Os estudiosos alertam que as polícias estão se tornando um dos agentes produtores de mortes e o surgimento de grupos criminosos paramilitares, que estão se fortalecendo no Rio de Janeiro e ameaçam crescer no resto do Brasil, depende da tolerância da população e das autoridades à violência policial para crescer.

Por outro lado, um dado que chama a atenção é a redução de 84% no número de roubos a veículos no Rio Grande do Norte. Foram 1.991 veículos roubados em 2018 contra 319 em 2019.

Feminicídios

Os casos de feminicídio cresceram em todo o país. O aumento entre 2018 e 2019 foi de 11,3%. O agressor, em 88,8% das ocorrências, é o companheiro ou ex-companheiro da vítima. A maioria são mulheres negras e com escolaridade que vai até o ensino fundamental. Há o registro de um caso de violência doméstica a cada 2 minutos no Brasil. Só em 2019, foram 263.067 ocorrências do tipo. O país também registrou uma média de assustadores 180 estupros por dia (crescimento de 4,1%). Em 53,8% dos casos, as vítimas tinham até 13 anos. Há uma média de quatro meninas de até 13 anos estupradas por hora no país.

2019

  • Vítimas de violência doméstica: 1.206
  • 4 meninas com até 13 anos são estupradas por hora
  • Em 88,8% dos casos, o autor do crime é o companheiro ou ex-companheiro da vítima
  • Em 70,7% dos casos, vítimas têm no máximo o ensino fundamental
  • 61% das vítimas são negras

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