OIT reúne histórias de impactos da pandemia na vida de trabalhadores
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OIT reúne histórias de impactos da pandemia na vida de trabalhadores

7 de junho de 2020
OIT reúne histórias de impactos da pandemia na vida de trabalhadores

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Por Rede Brasil Atual

Frente à pandemia do novo coronavírus no mundo, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) resolveu dar voz aos mais atingidos, a classe trabalhadora, ao lançar a plataforma Em Primeira Pessoa: Histórias da covid-19 no mundo do trabalho, que está incluída no site da OIT.

A plataforma reúne vídeos com relatos de trabalhadores de diversos setores de todo o mundo. Nos depoimentos, é possível observar o que une as pessoas e também as diferenças locais, sobretudo de como autoridades tratam a pandemia em cada região. O resultado da obra é um compêndio deste momento histórico da humanidade, contado pelos seus principais atores.

A OIT fez três perguntas para que trabalhadores de todo o mundo pudessem responder: Como o vírus afetou seu trabalho? Como seus países estão respondendo à pandemia? O que você aprendeu com essa experiência até agora?

Impacto psicológico

“Fomos afetados primeiro no psicológico. Toda manhã, ao ir para trabalhar, tenho a probabilidade de ser infectada pela covid-19. Isso me deixou ansiosa, mas tive de organizar minha mente para cumprir com meu trabalho”, diz a médica de Camarões Ngwashi Christabel,

Ngwashi trabalha também como educadora do ramo da saúde ao levar informações relevantes para a comunidade local. E, desta forma, ela tenta manter certo grau de positividade, mesmo diante do cenário. “Sempre penso se hoje será o dia em que serei infectada”, relata. Em certo dia, a profissional lembra de um colega que foi contaminado. Então, as dúvidas tomaram seus pensamentos. “E agora? Isso faz crescer a ansiedade no dia a dia.”

Perspectiva do trabalho

Richard Trumka, presidente da federação sindical norte-americana AFL-CIO, se esforça para enxergar a crise sob a ótica dos trabalhadores de seu país e do mundo. “Pela falta de direitos, com o ‘apagão’ na economia, imediatamente trabalhadores ficaram sem empregos. Estamos lutando por benefícios e suporte que ajude empresas e trabalhadores a passarem pelo ‘apagão’.”

A luta, por sua perspectiva, de acordo com seu ofício de sindicalista, não poderia ser outra. “Trabalhadores estão na linha de frente da crise. E nós lutamos duramente para protegê-los da forma possível. Precisamos nos preocupar se eles estão sendo pagos adequadamente, com segurança”, diz.

O desemprego segue como um dos grandes medos relacionados à pandemia. Os Estados Unidos foram severamente afetados neste sentido. “Aqui, 30 milhões de pessoas perderam seus empregos em seis semanas. Por eles, lutamos para estender benefícios sociais, nos asseguramos para que mantenham uma assistência médica e também para que possam se manter em isolamento”, afirma.

Lado do empresário

Hassanain Anver, empresário de Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, relata a perspectiva pelo lado do empregador. “Nossa empresa foi afetada sem dúvidas pelo novo coronavírus. Durante esse período, o melhor é se render à realidade e encarar os desafios. Estaremos possibilitados a inovar. Acho que novos modelos podem surgir dessa situação.”

Sua empresa trabalha com novas tecnologias e inteligência artificial. Jovem, com 30 anos, afirma manter-se atento diante do cenário e com menor prejuízo possível para seus empregados. “Temos uma presença forte na internet e a pandemia ampliou, de certa forma, nosso campo. Nosso desafio foi apresentar opções como o home office e trabalhar com toda a operação a distância.”

Gestão dos governos

Joyce Nonde Simukoko é ministra do Trabalho e da Seguridade Social em Zâmbia. A gestora relatou, inicialmente, uma queda na produção econômica no país, algo em comum com grande parte das nações. “Tivemos uma queda de 3,2% em nossa projeção econômica para o ano”, disse.

No país, os setores mais afetados foram mineração, turismo, indústria e construção. Diante de tal cenário, o poder público preparou ações possíveis de garantia para seus cidadãos. “O governo tenta organizar ações de recuperação com investidores, além de um investimento estatal perto da ordem de 1 trilhão de dólares”, contou. “Além dessas ações, o governo planeja cortes brutos em gastos para garantir insumos médicos essenciais.”

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