Orçamento da saúde é uma peça política, explica potiguar membro do Conselho Nacional de Saúde
Natal, RN 28 de mar 2024

Orçamento da saúde é uma peça política, explica potiguar membro do Conselho Nacional de Saúde

5 de outubro de 2021
3min
Orçamento da saúde é uma peça política, explica potiguar membro do Conselho Nacional de Saúde

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“Financiamento na política pública não pode ser visto apenas como documento ou debate numérico estatístico, infelizmente é isso que passa pelo inconsciente coletivo”, lamenta o farmacêutico e membro do Conselho Nacional de Saúde (CNS) Francisco Júnior, que nesta terça-feira (5) conversou sobre o “desfinanciamento” do SUS no Programa Balbúrdia.

“É uma peça eminentemente política. A partir do que é investido na saúde a gente entende quais são as prioridades de um governo”, atesta o profissional, que é farmacêutico clínico hospitalar do Hospital Giselda Trigueiro e acredita que 90% das internações graves na unidade, se tivessem tido a oportunidade de serem bem atendidos na rede básica não estariam lá. “É um sofrimento duplo: físico e da família e o Estado sendo penalizado pelo investimento de mais recursos financeiros.

De acordo com Francisco Júnior, todos os estudos sobre o tema apontam que se a atenção básica for devidamente estruturada, resolve 85% das demandas da saúde.

Também por essa razão, é preciso discutir a destinação dos recursos em saúde. Inclusive porque, segundo ele, “o setor privado é o que mais se beneficia com o financiamento da saúde”.

“A gente quer qualificar esse debate. A gente quer mais 10%, mas quer discutir pra onde vai esses 10% a mais”, diz o entrevistado, ao lembrar que os recursos do governo federal foram recentemente limitados pela Emenda Constitucional 95, que ficou conhecida como PEC do Teto dos Gastos Públicos e PEC da Morte.

“Os municípios têm que investir no mínimo 15% e os estados, 10% do orçamento em saúde, mas o governo federal não tem esse piso. Ele aplica o que foi investido no ano anterior corrigido pela inflação”, explica.

“Isso é insuficiente, porque a inflação dos bens e insumos da saúde é acima da inflação normal. Enquanto nos últimos anos a gente teve uma inflação em média de 3 e 4%, a inflação de medicamentos, insumos e serviços de saúde é na faixa de 14, 15%”, detalha, constatando que essa política levará o sistema à falência.

Veja a entrevista:

https://www.youtube.com/watch?v=NAQukBe705A
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