Os culpados
Natal, RN 28 de mar 2024

Os culpados

8 de julho de 2018
Os culpados

Ajude o Portal Saiba Mais a continuar produzindo jornalismo independente! Apoie com qualquer valor e faça parte dessa iniciativa.

Quero Apoiar
Final da Copa do Mundo para o Brasil. A derrota para a Bélgica não estava nos planos de ninguém. Como disse em comentários e textos anteriores, craques viram enganadores, firuleiros (talvez sejam mesmo), grandes exemplos se transformam em sinônimo de fracasso. É hora de procurar e apontar os culpados, e o Brasil adora essa parte, talvez mais até do que elogiar e fazer apologias nas conquistas.
Para uns, o fraco desempenho de Neymar, que sai dessa Copa marcado não pelo futebol, dribles e gols, mas pelo cai-cai, é, sem sombra de dúvida o maior engano. Em todos os lugares do mundo o astro brasileiro se tornou personagem de piadas neste sentido. Realmente, o peso é dele, se o Brasil vai à final e leva o hexa seria dele os maiores prêmios e holofotes, portanto, precisa aprender a conviver com o outro lado da moeda.
Confesso, depois de sexta,  me escondi, saí pouco de casa, e até mesmo o meu café do sábado no Beco da Lama, que sempre acontece depois das dez, eu tomei mais cedo e rápido, olhando de lado, evitando, escondendo o rosto dos chatos futebolistas de plantão, os que que sabem tudo e, praticamente, exigem sua concordância. Corri atravessando a rua quando o conhecido flamenguista falava sobre o fracasso de ter um jogador do Vasco como craque do time, se referindo ao Phillipe Coutinho. Ufa! Ele não meu viu.
Mais à frente, alguns dos fanáticos clubísticos listando a turma do Corinthians, comandante da seleção e descascando o ala direito Fagner, apregoando que ele não ganhou uma do Hazard e que por conta dele a Seleção caiu. Não acho que foi tanto.  Esses mesmos experts crucificavam também o ex-flameguista Renato Augusto, mesmo tendo ficado no banco, mesmo tendo feito o gol que colocou, de novo, contra os belgas, a esperança em campo.
O mais revoltante, sem dúvida, de todos os disparates ouvidos, escritos, comentados, claro, foi a carga dos monstros racistas contra Fernandinho, volante que jogou no lugar de Casemiro. Esses nazifascistas criminosos encheram as redes sociais do jogador com ofensas raciais e todo tipo de impropérios e atrocidades. A ação, já conhecida dos pústulas dementes eleitores de Jair Bolsonaro e cia. E aproveito para perguntar para a Justiça do Brasil quando essa impunidade vai acabar? Até quando vamos testemunhar esses crimes doentios, inafiançáveis serem cometidos sem que culpados sejam presos e paguem por suas maldições?
Fernandino não jogaria no meu time, disse isso até mesmo antes da Copa. O volante nunca faria parte, para mim, muito menos, de uma Seleção Brasileira. Ele e mais uns três ou quatro, mas esse fato não justifica a ação desses arremedos de seres humanos, bestas do apocalipse que tomaram conta do País, que vêm crescendo e ganhando corpo desde o surgimento de um crápula, verme, lôdo, lama, escarro, vômito chamado candidato a presidente.
Todos têm seus "culpados favoritos". E o  inominável narrador global, Galvão Bueno, não poderia faltar. Entrou nessa. Gente, inacreditável que esse ser humano formador  de opinião vá encarquilhar narrando os jogos da seleção na Globo e não tome, nunca, vergonha na cara. Ele deu uma de filósofo, conselheiro da paz, encaminhador de acertos para o futuro e com a cara mais deslavada do mundo. E depois? O pior, o pior veio bem depois, quando falou das "necessárias mudanças" dos bandidos da CBF - Ricardão, Marín, Del Nero e Nunes -, como se ele não soubesse, sempre bancados, blindados pelos seus patrões Marinhos.
É inacreditável o nível de cara de paudurismo desse sujeito que vai continuar fazendo o jogo sujo, podre, enlamaçado, imundo de seus patrões e de sua rede de televisão envolvida até a raiz nas mais torpes negociatas esportivas, para ficar só no futebol.
Por isso, a minha conclusão, evidente, não foi Tite que perdeu. Nem o Neymar com suas frescuras, cabelos, quedas, poses, fones, patrocinadores ou seus "parças" ridículos a tira-colo. Também não foi Jesus, que teve o acompanhamento de seus apóstolos mas não teve a obediência da bola; nem mesmo o fraco goleiro Allison, titular absoluto sem nunca ter sido testado de verdade; não culpo também os amarelões William e Coutinho (nunca pensei escrever isso do ex-vascaíno!); nem mesmo as murrinhas sem condição de vestir sequer a camisa de uma time da Série A do Brasileiro - Fernandinho, Danilo, Taison e Fred -, nem mesmo eles.
A culpa, minha gente, acreditem, nem é do futebol vilipendiado, usado. Da bola rolando. Todos esses jogadores, por mais milionários e idiotas que sejam, não merecem nosso rancor ou nossos dedos apontados na sua direção. O mal do futebol brasileiro, já dei um pequeno indicativo acima, está na imprensa, essa imprensa torpe, covarde, parcial, venal que, protegendo suas negociatas, armações, corrupções, protege os bandidos da CBF, fabricam ídolos de papel, treinadores de araque e ajudam a enganar, Copa após Copa, toda a nação, ou quase, para continuar vendendo seus produtos de mentira e colocando em campo quem os patrocinadores querem.
Apoiar Saiba Mais

Pra quem deseja ajudar a fortalecer o debate público

QR Code

Ajude-nos a continuar produzindo jornalismo independente! Apoie com qualquer valor e faça parte dessa iniciativa.

Quero Apoiar

Este site utiliza cookies e solicita seus dados pessoais para melhorar sua experiência de navegação.