“Outros deputados falam muito mais alto que eu e não são considerados histéricos”, diz Isolda Dantas
Natal, RN 29 de mar 2024

“Outros deputados falam muito mais alto que eu e não são considerados histéricos”, diz Isolda Dantas

27 de outubro de 2021
3min
“Outros deputados falam muito mais alto que eu e não são considerados histéricos”, diz Isolda Dantas

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“Outros deputados falam muito mais alto do que eu, dão muito mais chilique do que eu, hoje um deputado meteu a mão na mesa. Quantas vezes outros já meteram a mão na mesa, puxaram microfone, deram show e não são considerados histéricos”, disse a deputada Isolda Dantas (PT), que sofreu nesta semana ataques machistas do deputado Galeno Torquato (PSD).

Ela foi entrevistada pelo Programa Balbúrdia nesta quarta-feira (27) e falou sobre a presença da mulher em espaços de poder, fato que incomoda aqueles que se sustentam no patriarcado.

“Para eles, é insuportável ver uma deputada que é competente, que acompanha as pautas, que é base de um governo que responde aos servidores, isso é muito incômodo”, disse, acusando Galeno de ser machista reiteradas vezes na Comissão de Constituição e Justiça da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte, que na ocasião discutia o Projeto do Plano de Cargos e Carreiras do Idiarn (Instituto de Defesa e Inspeção Agropecuária do RN), do qual Isolda é relatora.

De acordo com a petista, Galeno tende a questionar seus projetos, pedir vistas, se abster e até fazer perguntas para ridicularizar, tratando de forma diferente as propostas dos demais. Ela também lembrou do episódio em 2019, quando o bolsonarista Coronel Azevedo (PSC) disse em plenário que a deputada ficava excitada quando ele falava.

E esses dois ataques não foram as únicas manifestações de misoginia em que os parlamentares escolhem Isolda como alvo. “É a terceira vez que os deputados dizem que meu timbre de voz os incomodam”, mencionou. O machismo é cotidiano. Mas também são numerosas as manifestações de solidariedade e apoio.

De acordo com Isolda, a governadora Fátima Bezerra (PT) lhe telefonou hoje cedo e disse que o situações semelhantes foram vividas por ela há 20 anos atrás.

“Significa que a política ainda não incorporou as mulheres como parte. A governadora uma vez foi impedida de entrar no plenário porque não estava de saia, imagina!”, exclamou a deputada.

Confira o Programa Balbúrdia:

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