Pedro Fiuza: “Curta potiguar pode trazer a Palma de Ouro de Cannes para a América Latina”
Natal, RN 29 de mar 2024

Pedro Fiuza: “Curta potiguar pode trazer a Palma de Ouro de Cannes para a América Latina”

17 de junho de 2021
Pedro Fiuza: “Curta potiguar pode trazer a Palma de Ouro de Cannes para a América Latina”

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Num ano difícil, de pandemia e desmonte das políticas de financiamento do audiovisual promovidas pelo governo Bolsonaro, o Brasil conseguiu emplacar produções no Festival de Cannes, o mais importante do mundo. Entre os filmes, o curta potiguar ‘Sideral’, de Carlos Segundo, que fará estreia na 74ª edição do festival.

O filme norte-rio-grandense e "Céu de Agosto", de Jasmin Tenucci, “são os dois únicos latino-americanos que estão em competição em Cannes esse ano e que podem trazer a Palma de Ouro para a América Latina inteira”, ressalta o produtor do filme, Pedro Fiuza, em entrevista à edição do Balbúrdia desta quarta-feira, 16.

Parcialmente financiado pela lei Aldir Blanc do Estado do Rio Grande do Norte, ‘Sideral’ é uma coprodução internacional entre as empresas brasileiras Casa da Praia Filmes, O Sopro do Tempo, e a francesa Les Valseurs, que marca o cinema potiguar por ser o primeiro do Estado a concorrer à Palma de Ouro no festival.

Eu não sei o que que falta mais simbolicamente para os gestores, para a política cultural, para o público e para a sociedade brasileira entender que o investimento em Cultura é tão importante quanto em qualquer outra área”, afirmou Fiuza.

Para Pedro Fiuza, que além de atuar na produção desse filme, é também diretor e roteirista, a exemplo do premiado curta “Vai Melhorar”, para ser artista no Brasil é preciso quebrar uma barreira do entendimento da sociedade como um todo de que o Estado não deve investir em cultura porque em outros países isso não é feito. Segundo ele, ao contrário, nos países mais ricos e desenvolvidos o investimento de cultura é muito grande para se alcançar os resultados das premiações.

Por que não investir nessa área quando você vai levar a cultura do seu país para o mundo inteiro? Acho irônico porque o Brasil, com pouquíssimo investimento de cultura, tem uma arte riquíssima”, avaliou.

Além disso, é preciso trabalhar na construção do imaginário. Ele lembrou que em todas as épocas do cinema brasileiro, desde 1910, “a gente teve filmes sendo feitos, filmes importantes sendo feitos, artistas muito importantes fazendo. Só que essa memória é infelizmente ela vai se esvaindo”. E acrescentou, “eu realmente desejo que Sideral não seja uma página no rodapé do capítulo da história do cinema brasileiro”.

A ficção, que se desenvolve no futuro, tem o lançamento do primeiro foguete tripulado com astronautas brasileiros para o espaço como pano de fundo para história que na verdade é história de uma família, e foi apenas um dos temas do bate-papo com Pedro Fiuza.

Confira a entrevista na íntegra.

https://www.youtube.com/watch?v=WZ7D6FUcE5g&t=3291s
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