O ex-presidente do Uruguai e líder do Movimento de Participação Popular (MPP) José Mujica, de 83 anos, renunciou nesta terça-feira (14), mediante uma carta, ao cargo de senador por motivos pessoais e "cansaço".
“O carácter de renúncia voluntária e a legislação vigente ditam que não me corresponde o benefício do subsídio estabelecido porque vou entrar na reforma”, fez questão de acrescentar à carta enviada à presidente do Senado, Lucia Topolansky.
A carta deixa claro que o fato não significa o abandono da atividade política.
“Enquanto a mente funcionar, não renunciarei à solidariedade e à luta de ideias”, acrescentou Mujica, concluindo com um pedido de desculpas aos demais senadores “caso alguma vez, no calor dos debates, possa ter ferido de forma pessoal” algum deles e cumprimenta os funcionários da Casa.
Em reação à despedida de Mujica, a senadora do MPP Ivone Passada lamentou a perda de um senador que “conseguia o silêncio da sala para o ouvir” e afirmou que este “é um dia importante também para ele ao iniciar um caminho diferente”, embora prosseguindo a política que “é a sua profissão de todos os dias”.
Nascido em 1935, José Mujica passou quinze anos nas prisões da ditadura por causa da sua militância no Movimento de Libertação Nacional nos anos 1960. Foi deputado a partir de 1995 e depois senador e ministro da Agricultura a partir de 2005, antes de cumprir o mandato presidencial entre 2010 e 2015.
Veja a carta de renúncia: