Pesquisadores da UFRN identificam óleo nos parrachos de Pirangi
Natal, RN 26 de abr 2024

Pesquisadores da UFRN identificam óleo nos parrachos de Pirangi

22 de outubro de 2019
Pesquisadores da UFRN identificam óleo nos parrachos de Pirangi

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Pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) encontraram manchas de óleo em corais e sedimentos marinhos nos parrachos de Pirangi do Sul, litoral leste do Rio Grande do Norte. A descoberta foi feita durante o trabalho de campo realizado pelo grupo do Laboratório de Geologia e Geofísica Marítima e Monitoramento Ambiental, que esteve no local na última quarta-feira, 16. Na avaliação dos pesquisadores, o material foi descoberto a cinco quilômetros da costa na altura do estuário do Rio Pium com o mar. Ao todo, 30 amostras de sedimentos foram coletadas e servirão para diagnosticar os impactos ambientais causados na região.

A presença de óleo foi identificada em corais a três metros de profundidade. “Esse é um alerta importante, pois aparentemente o óleo não está mais apenas na superfície. É necessário um estudo mais detalhado para verificar se o produto está em profundidades e dimensões maiores”, destaca a coordenadora do laboratório, Helenice Vital. Ela acrescenta que as preocupações dos órgãos ambientais devem ser concentradas também na região marinha e não apenas na linha de costa do Nordeste, de onde já foram recolhidas quase 200 toneladas de resíduos de óleo, segundo a Petrobras.

Responsável pelo trabalho de campo, o professor Moab Praxedes explica que, por meio do estudo, será possível entender a real sensibilidade do ambiente e o impacto do óleo já identificado nas 30 amostras levadas para a UFRN. Para o docente, isso significa que o produto pode estar presente em uma área muito maior. “Há urgência para identificar a magnitude do impacto e, dessa forma, ser elaborado um planejamento de medidas mitigadoras tanto para remoção quanto para o monitoramento e recuperação do ambiente”, orienta.

Sobre o óleo encontrado nos corais, ainda não é possível afirmar que seja o mesmo da costa, pois sua procedência ainda deve ser verificada por análises químicas. No entanto, segundo os pesquisadores, a presença do material é recente, visto que não foi identificado em amostras coletadas há menos de um ano pela mesma equipe.

Juntamente com estudantes do Programa de Pós-Graduação em Geodinâmica e Geofísica (PPGG/UFRN), a docente observou no ambiente que também apareceram manchas escuras nos sedimentos – material de areia, lama e fragmentos de organismos vivos localizados na superfície do fundo do mar.

A presença do óleo nos corais compromete as trocas gasosas e a alimentação e, consequentemente, provoca a morte desse organismo, que abriga uma diversidade de espécies marinhas. “O fim da infauna [organismo que se acomoda no substrato dos oceanos] acarreta a perda completa daquele ecossistema como um todo. Lá estão os consumidores primários da cadeia alimentar e sem eles não temos os consumidores secundários, e por aí vai. Quando há um problema na base, teremos em toda a cadeia ecológica, que vai chegar ao homem”, ressalta Patrícia Eichler, em entrevista ao portal da UFRN.

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