Policiais Antifascismo se manifestam contra Jair Bolsonaro
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Policiais Antifascismo se manifestam contra Jair Bolsonaro

22 de outubro de 2018
Policiais Antifascismo se manifestam contra Jair Bolsonaro

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O Movimento dos Policiais Antifascismo divulgou no domingo (21) uma nota de repúdio ao candidato Jair Bolsonaro (PSL). O movimento foi criado por policiais que defendem a democracia e uma polícia mais humanizada, cuja base é a defesa dos Direitos Humanos. Princípios opostos à plataforma eleitoral do candidato de extrema-direita que concorre à presidência da República.

Leia a nota na íntegra:

"Nós, Policiais Antifascismo de todo o Brasil, conscientes de nosso dever diante do momento grave que vive o país, manifestamos preocupação com o futuro de nossa democracia, diante da escalada de ódio, notícias falsas, propostas enganosas e ataques virulentos contra direitos históricos do povo brasileiro, realizados em nome do candidato a presidente Jair Bolsonaro, a quem repudiamos por meio desta nota.

Os muitos crimes de ódio realizados por apoiadores do candidato do PSL não podem ser tratados como casos isolados, mas como frutos do discurso irresponsável e violento do próprio presidenciável. Os danos à segurança e à ordem pública já são muitos e ainda serão sentidos por muito tempo, mesmo após as eleições. Não podemos tolerar ou calar diante desses atos de barbárie.

Como se não bastassem os discursos de ódio, com que seus fanáticos atacam e perseguem com violência as mulheres, LGBTI+, negros, povos originários, nordestinos e lutadores sociais, no mesmo diapasão agressivo, o próprio Bolsonaro propõe uma onda devastadora de privatizações e vendas das nossas riquezas, com sérios prejuízos ao conjunto dos trabalhadores brasileiros.

As propostas de Bolsonaro para a segurança pública em nada reduzirão a violência e tornarão ainda pior a vida dos brasileiros, caso sejam aprovadas. Em relação à flexibilização do Estatuto do Desarmamento, por exemplo, sabe-se que não possui qualquer embasamento científico. Pelo contrário, já existem várias pesquisas, inclusive de órgãos oficiais, que comprovam a eficácia da referida lei para impedir o aumento da taxa de homicídios. Outra proposta absurda diz respeito a uma suposta "retaguarda jurídica", proporcionada ao policial que mata em serviço. Ora, qualquer policial sabe que uma ação legal que venha a ter como resultado a morte de alguém, é realizada sob o abrigo da legítima defesa própria ou de terceiros. Propor algo além disso é pregar uma carnificina que, ao longo do tempo, somente prejudicará a imagem e a credibilidade de nossas instituições, além de tornar as vidas dos policiais, que são trabalhadores, pais e mães de família, ainda mais vulneráveis.

Ainda no aspecto da segurança pública, o presidenciável defende uma concepção reacionária e contrária aos debates e às proposições modernizantes da segurança pública e das instituições policiais. O candidato do PSL é contra a desmilitarização ideológica da segurança pública, pois defende somente a repressão belicista sustentada na “guerra” como política pública a ser adotada, o que só nos prejudica, nos fere e nos mata! É também contra a carreira única e contra o ciclo completo de polícia! Além disso, traz na sua retaguarda a defesa incondicional dos chefes das corporações policiais (oficiais e delegados) em detrimento dos trabalhadores da base das instituições (praças, agentes, escrivães etc).

Finalmente, ao fazer uso da atividade ilícita de empresas para disparar mensagens falsas pelas redes sociais e realizar sua campanha política, contrariando a legislação eleitoral, Bolsonaro demonstra atos de corrupção através do abuso do poder econômico. Tais ações deixam um péssimo exemplo não apenas para os trabalhadores da segurança pública, mas para toda a população brasileira. Além disso, mostram a ilegitimidade de uma candidatura baseada em mentiras e desonestidade.

Por estes e vários outros motivos, repudiamos veementemente a candidatura de Bolsonaro, ao tempo em que conclamamos os profissionais da segurança pública e toda a população brasileira a não dar qualquer voto ao presidenciável fascista.

21 de outubro de 2018"

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