Portuários fazem protesto contra privatização do Terminal Salineiro de Areia Branca
Os portuários que trabalham no Terminal Salineiro de Areia Branca fizeram um protesto na manhã desta sexta (15) contra a privatização do Porto-Ilha, como também é conhecido o Terminal, anunciada pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em setembro.
O grupo disse que até agora não recebeu qualquer esclarecimento sobre o que vau acontecer depois da privatização com os trabalhadores do lugar. A preocupação é que haja uma demissão em massa após a venda.
Os manifestantes também criticam a postura da Companhia Docas do Rio Grande do Norte (Codern), que não teria demonstrado qualquer solidariedade junto aos trabalhadores.
“Infelizmente a Codern, em nenhum momento, se mostrou preocupada e disposta a nos ajudar. Continuamos ‘às cegas’ sem saber como vai ficar nossa situação. A empresa não mostra interesse em fazer transferência para outros órgãos”, lamenta uma das pessoas que trabalham no Terminal, mas que pediu para não ter a identidade revelada por medo de perseguições.
O Rio Grande do Norte é hoje o maior produtor de sal do país e somente o Terminal Salineiro de Areia Branca, tem capacidade de escoamento de 150 mil toneladas do sal produzido no Rio Grande do Norte. Em março de 2021, trabalhadores do Terminal já pediam maior transparência no processo de privatização e mais informações sobre o destino dos mais de 100 trabalhadores da unidade, mas nunca foram atendidos.
Está marcado para os dias 5 e 19 de novembro o leilão de um total de cinco terminais. Além do Porto-Ilha, também serão privatizados os Portos de Fortaleza, Maceió e dois terminais do Porto de Santos.
Denúncias de sucateamento
Os trabalhadores do Porto-Ilha de Areia Branca já haviam denunciado o sucateamento proposital da estrutura da unidade e o risco permanente de acidentes no local. Reparos e manutenções de equipamentos e áreas do Terminal foram solicitados diversas vezes à empresa responsável, mas sem sucesso. Até a área de estocagem de sal, estaria afundando por falta de reparos.
Confira outras matérias sobre o assunto: