“Possibilidade maior da CPI é o apontamento de crimes de responsabilidade”, avalia senador Jean Paul Prates
Com menos de um mês do início dos trabalhos, ainda não é possível confirmar se houve negligência, despreparo e crime de responsabilidade por parte do presidente Jair Bolsonaro nas ações de combate à Covid-19, mas os depoimentos realizados encaminham a CPI muito rapidamente para isso. A avaliação foi feita pelo senador Jean Paul Prates (PT) em entrevista ao programa Balbúrdia, nesta sexta-feira, 14.
Segundo o líder da minoria no Senado, esse não é o objetivo da CPI, nem a torcida dos parlamentares que integram o bloco de oposição ao governo. “Não faz parte da nossa cartilha o quanto pior, melhor”, afirmou. No que pese ser possível fazer algumas conclusões com os depoimentos realizados essa semana, o senador acredita que “o Brasil merece de fato se debruçar e fazer um raio-X da atuação de Bolsonaro nessa pandemia”.
A expectativa, de acordo com Prates, é que a CPI tenha a capacidade de redirecionar algumas ações na busca de salvar vidas. “A gente precisa puxar algumas coisas do passado, que ajudaram a construir o caos, mas ao mesmo tempo agora a questão da vacinação”.
Isso porque, para ele, a “CPI tem uma importância transcendental, não é um instrumento apenas de fustigação política do presidente, para atingi-lo e derrubá-lo”. A comissão, ressalta o senador, vai organizar os fatos num registro oficial de tudo o que aconteceu.
A preocupação maior de Prates é com a corrida do tempo. “O relógio está rolando e as pessoas estão morrendo”.
Questionado sobre o que se esperar da ida do ex-ministro Eduardo Pazuello à CPI protegido pelo direito a permanecer em silêncio, Prates disse que se não devesse não deveria temer, mas todas “a possibilidades de fugir da CPI, Pazuello tentou”.
Sobre as reiteradas ameaças bolsonaristas à democracia, o senador avalia ser preciso seguir vigilante, mas as “instituições são sólidas e se defendem bem”.
Confira na íntegra a entrevista.