A Prefeitura de Natal se uniu aos empresários de ônibus no Conselho Municipal de Transporte Urbano para reajustar a tarifa, que passará dos atuais R$ 3,65 para R$ 4 (para os usuários que pagarem em dinheiro). Quem usar o cartão de transporte pagará R$ 3,90.

A proposta vitoriosa também teve o apoio do Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários (Sintro), representado pelo presidente Júnior Rodoviário.

O reajuste foi aprovado por 13 votos a favor contra 7 votos contra.

A votação foi conduzida pela secretária de Transporte e Trânsito Urbano (STTU) Elequicina Santos. A auxiliar de Álvaro Dias (MDB) chegou a ameaçar de retirar da reunião parlamentares que acompanhavam o debate.

A votação contou com protesto dos vereadores Maurício Gurgel (PSOL), Divaneide Basílio (PT), Raniere Barbosa (Avante), Ana Paula de Araújo (PSDC) e do deputado estadual Sandro Pimentel (PSOL).

O representante da Câmara Municipal de Natal, vereador Preto Aquino, votou contra a proposta defendida pelos empresários e que teve o apoio da prefeitura de Natal.

Vereadores vão à Justiça contra reajuste

O vereador Maurício Gurgel anunciou que os parlamentares vão à Justiça contra o reajuste aprovado pelo Conselho Municipal de Transporte Público. Segundo ele, há um desequilíbrio na composição do fórum que define as políticas públicas para o transporte, especialmente o valor da tarifa de ônibus.

- Dos 13 votos do Conselho a favor da proposta, seis eram da prefeitura. Nós já sabemos que alguns desses votos são de cargos comissionados, inclusive indicados por vereadores desta casa. Nós vamos à Justiça porque essa relação é muito desigual. A Prefeitura é uma só, mas várias secretarias têm assento no Conselho”, disse.

Ex-vereador e atual deputado estadual, Sandro Pimentel (PSOL) acompanhou a votação. Ele classificou como “exdrúxula” a reunião e “antidemocrático” o reajuste:

- O aumento foi antidemocrático, não foi apresentado planilha que justifique esse aumento. E o pior: na história de Natal nunca teve duas tarifas. Como você vai prejudicar quem vai pagar em dinheiro ? A Prefeitura já tinha feito um acerto com o Setur, óbvio. O prefeito Álvaro Dias (MDB) estava comprometido com o Seturn, esqueceu da população e garantiu com seus cargos comissionados, coordenadores de campanha, todos votando dentro da cota da prefeitura. Foi bem exdrúxula essa votação.