O Ministério da Educação do Governo Bolsonaro confirmou a demissão do então presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisa Educacionais Elmer Vicenzi, nesta quinta-feira (16), um dia após manifestações realizadas em todo o país contra os cortes feitos pela pasta. O Inep é responsável pelo Exame Nacional do Ensino Médio, principal instrumento de acesso ao ensino superior no Brasil.
Com menos de um mês na presidência do instituto, Vicenzi é o segundo a deixar o cargo desde o início do ano. Segundo o jornal O Globo, a Consultoria Jurídica do Inep desaconselhou o acesso, por parte do MEC, a dados pessoais de alunos para emissão de uma carteirinha estudantil que o governo pretende lançar. Com essa nova carteira, o governo retira o poder de entidades como União Nacional dos Estudantes, que têm nesse serviço a principal fonte de receita. De acordo com um documento ao qual o jornal teve acesso, a utilização dos dados era ilegal.
Na última terça-feira, o agora ex-presidente participou de uma audiência pública na Comissão da Educação da Câmara dos Deputados. Segundo ele, caso o presidente Jair Bolsonaro pedisse para ler a prova do Enem 2019, acionaria a Advocacia Geral da União.
"Caso chegarmos a isso (pedido de Bolsonaro), tenho certeza que a Advocacia Geral da União será instada a se manifestar sobre a questão de procedimento. Mais, mais do que isso, é a garantia aos alunos de que a prova está sendo finalizada. A prova finalizou, ninguém mexe" afirmou aos deputados.
Nesta sexta-feira, o MEC confirmou o nome de Alexandre Ribeiro Pereira Lopes como novo presidente do Inep. Alexandre era diretor legislativo na Secretaria Executiva da Casa Civil da Presidência da República, mesmo lugar onde trabalhou o atual Ministro da Educação Abraham Weintraub.
Segundo novo presidente, o novo cronograma do Enem está mantido. A inscrição para o exame encerra às 23h59 desta sexta-feira. Os estudantes que não têm direito à taxa de isenção, devem efetuar o pagamento de R$ 85,00 até o dia 23 de maio.