O Partido dos Trabalhadores (PT) apresentou nesta terça-feira (6) um pedido de investigação à Procuradoria-Geral da República (PGR) do caso de Itaipu, que levou a uma grave crise política no Paraguai.
O partido abriu representação contra o presidente Jair Bolsonaro, o chanceler Ernesto Araújo e o diretor-geral brasileiro da Itaipu Binacional, general Joaquim Silva e Luna. O caso gerou abertura de processo de impeachment no país vizinho.
Escândalo no Paraguai sobre venda de energia de Itaipu envolve governo Bolsonaro
A suspeita do partido é de que “por trás do sigilo da negociação haveria o interesse de favorecer a empresa Léros Comercializadora, de São Paulo, que seria ligada à família de Bolsonaro”.
O escândalo gerou a renúncia do chanceler paraguaio, Luis Castiglioni, e de três autoridades do governo, incluindo o diretor da estatal elétrica Ande, Pedro Ferreira.
Impeachment no Paraguai
Nesta terça-feira, partidos de oposição apresentaram pedido de impeachment contra o presidente Mario Abdo e seu vice.
Apesar da polêmica, é possível que Abdo se safe, devido a um acordo com o movimento Honra Colorada, um racha do Partido Colorado, de Abdo, feito após Brasil e Paraguai terem cancelado o polêmico contrato de Itaipu.
O governo de Jair Bolsonaro considera o possível impeachment um “golpe” e pretende proteger o aliado.
O PT alerta que, apesar do acordo ter sido cancelado, se não fosse a denúncia de técnicos da estatal ANDE e a divulgação dos termos secretos do contrato por parte da imprensa paraguaia, “um esquema corrupto de negócio já estaria em andamento”.
“Na prática, o acordo foi concebido por agentes privados diretamente interessados no negócio, para enriquecerem às custas dos dois Estados”, diz nota da bancada.
Confira na íntegra a representação apresentada pelo partido.