Quatro candidatos do RN com patrimônios milionários receberam auxílio-emergencial, aponta TCU
Natal, RN 20 de abr 2024

Quatro candidatos do RN com patrimônios milionários receberam auxílio-emergencial, aponta TCU

6 de novembro de 2020
Quatro candidatos do RN com patrimônios milionários receberam auxílio-emergencial, aponta TCU

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O Tribunal de Contas da União (TCU) divulgou nesta sexta-feira (6), uma relação de nomes de candidatos aos cargos municipais de diversas cidades do país que possuem patrimônio superior a R$ 300 mil reais e ainda assim aparecem também entre os beneficiários do auxílio emergencial. Quatro dos mais das mais de 11 mil pessoas listadas concorrem a cargos públicos no Rio Grande do Norte: três candidatos à vice-prefeito e um candidato a vereador. Todos eles declararam ao Tribunal Superior Eleitoral patrimônios superiores a R$ 1 milhão.

O primeiro político potiguar a figurar na extensa lista é José Rildo Ferreira (MDB), que está como vice na chapa encabeçada pelo petista Carlos Augusto de Paita, o Tututa, na disputa pela prefeitura de Luís Gomes. Rildo declarou R$ 1,7 milhão em bens, contando um prédio comercial na Ceilândia Norte (BSB), avaliado em R$ 600 mil, uma fazenda na zona rural de Uiraúna, na Paraíba, no valor de R$ 800 mil, e uma chácara de R$ 300 mil na zona rural do município onde concorre. Mesmo com essa quantidade de bens, de acordo com a lista do TCU, ele teria recebido R$ 600 do auxílio emergencial. Rildo já foi eleito vereador em 2008 mas, nessa época, havia declarado possuir R$ 71,9 mil.

Outro candidato a vice-prefeito figurando na lista é o empresário Paulo Ricardo Souza Lima, conhecido como Ricardo Bolinha. Ele é do MDB e está como vice-prefeito na chapa formada também por Josimar Ferreira (PSC), no pleito do município de Santo Antônio. Com patrimônio de R$ 1.102 milhão, declarando possuir R$ 50 mil em espécie, em moeda estrangeira não especificada, um prédio comercial em Santo Antonio, no valor de R$ 250 mil, um terreno no município de Santa Helena, em Goiás, avaliado em R$ 100 mil, um veículo do tipo Hilux, de 2015, avaliado em R$ 105 mil, quotas de R$ 200 mil na empresa PRS Lima, um veículo modelo Land Rover Evoque, de 2013, de R$ 100 mil, outro carro do tipo Saveiro, de 2018, avaliado em R$ 47 mil e uma casa no Conjunto Pica-Pau, em Santo Antonio, avaliada em R$ 250 mil. Ainda assim, consta em seu nome R$ 600 recebidos do auxílio emergencial.

O terceiro candidato a vice-prefeito é o empresário Ely Magdiel Salustino dos Santos, do PSB. Conhecido apenas como Diel, ele faz parte da chapa formada por Régio Luciano Xavier, o Luciano de Honório, do PSDB, que busca o executivo de São José do Campestre. A coligação ainda agrega o PL. Diel recebeu R$ 1.200 do auxílio, o equivalente a duas parcelas. No entanto, declarou possuir o equivalente a R$ 2,030 milhões em bens, com duas fazendas em Santa Luzia do Paruá, no Maranhão, avaliadas, cada uma, em R$ 120 mil, um carro Toyota modelo Hilux, de 2019, avaliado em R$ 190 mil além de 600 cabeças de gado no valor de R$ 1.6 milhão.

O único potiguar candidato ao legislativo que aparece entre os nomes é Élcio Vagner Rodrigues de Souza, do PSDB. Ele tenta vaga na Câmara Municipal de Santa Cruz. Segundo informações disponibilizadas pelo TSE no site Divulgação de Candidaturas e Contas, o comerciante é dono de dois cavalos da raça Quarto de Milha, estimados em R$ 75 mil cada um, uma propriedade rural de 112 hectares na zona rural de Santa Cruz, avaliada em R$ 350 mil, uma moto CG Titan 125, de 1999, avaliada em R$ 3 mil, um total de 10 éguas da raça Quarto de milha estimadas em R$ 25 mil cada, além de terreno no município com valor estipulado em R$ 20 mil, uma caminhonete do tipo Hilux, de 2010, avaliada em R$ 80 mil, 33 cabeças de gado, contabilizando juntas R$ 66 mil e um prédio comercial também em Santa Cruz com valor de R$ 100 mil.

O patrimônio declarado equivale a R$ 1.019 milhão, mesmo assim, o candidato surge na lista como tendo recebido R$ 600 reais de auxílio.

A decisão de divulgar os nomes foi do ministro do TCU Bruno Dantas. O Tribunal alerta que os resultados são apenas indícios de renda incompatível com o auxílio, mas não são descartada as possibilidades de erro no preenchimento de dados pelo candidato e fraudes estruturadas com dados de terceiros.

O órgão também esclarece que cabe ao Ministério da Cidadania confirmar se houve pagamento indevido.

Confira a lista completa aqui.

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