Reunião entre Governo e caminhoneiros termina sem acordo; greve não está descartada
Após se reunir por cinco horas com representantes dos caminhoneiros, o ministro da Infraestrutura Tarcísio Gomes ainda não estabeleceu acordo para evitar nova greve. A decisão foi adiada para próxima semana, mas não há consenso definido entre partes. O que está em jogo é o reajuste na nova tabela de preços para frete, divulgada pela Agência Nacional dos Transportes Terrestres (ANTT) no último dia 18, que desagradou os condutores e permitiu indignações para uma nova greve.
Entenda o caso
A Escola Superior De Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), da Universidade de São Paulo (USP), elaborou estudos sobre os custos operacionais dos transportes terrestres. Porém, no cálculo não estava previsto o lucro dos caminhoneiros.
Após novas ameaças de greve da categoria, o governo suspendeu a tabela da ANTT e convocou os condutores para uma reunião no Ministério da Infraestrutura.
Entre segunda-feira (29) e quarta-feira (31) da próxima semana, em Brasília (DF), governo, empresários, sindicalistas e representantes autônomos dos caminhoneiros debaterão os valores específicos de cada uma dos 11 categorias de transporte de carga. Ficou acordado que o governo preparará estudos que servirão de subsídio para a formulação das tabelas.
Wallace Landim, conhecido como "Chorão", uma das lideranças autônomas dos caminhoneiros, explicou que os contratantes serão chamados para as reuniões e deverão cumprir os acordos firmados com o governo.
“O pessoal das grades baixas, os caminhões que trabalham direto, ‘pessoal do baú’, eles carregam para as empresas. Então, será um acordo direto com as empresas. Parte do grão, direto com o grão. Contâiner, direto com o contâniner”, explica.
Sem greves por um ano?
Os caminhoneiros evitaram comemorar possíveis avanços após a reunião. Lideranças da categoria afirmam que a possibilidade de greve só será enterrada após a assinatura do acordo.
“A gente precisa ver como vai sair, como vai ser feito esse acordo. Estamos esperançosos. A única coisa que queremos é trabalhar com dignidade”, afirma Chorão.
Wanderley Alves, o Dedeco, outra liderança dos caminhoneiros, revelou que o governo colocará no acordo final uma cláusula que impede a categoria de paralisar por um ano.
“O acordo é que, reajustando e acertando isso, nós vamos fazer semana que vem um acordo coletivo, assinado e registrado. Os caminhoneiros vão se comprometer em não fazer greve por um ano”, finaliza.
*Com informações de Brasil de Fato