Rio Grande do Norte teve pico de casos de covid-19 dez dias depois do retorno às aulas presenciais
Natal, RN 25 de abr 2024

Rio Grande do Norte teve pico de casos de covid-19 dez dias depois do retorno às aulas presenciais

4 de novembro de 2020
Rio Grande do Norte teve pico de casos de covid-19 dez dias depois do retorno às aulas presenciais

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O Rio Grande do Norte teve um pico de contaminações por covid-19 contabilizado na semana do dia 15 de outubro, segundo a análise feita pelos modelos MOSAIC/ UFRN projetados pelo professor do Departamento de Física da UFRN, José Dias do Nascimento Júnior. A alta aconteceu dez dias depois do retorno às aulas presenciais, autorizado para acontecer a partir do dia 5 de outubro. O aumento de casos, no entanto, aparece somente nos dados nacionais que divergem dos números locais apresentados pela Secretaria Estadual da Saúde Pública (Sesap). Enquanto a Secretaria apresenta o registro de 299 casos, nesse mesmo período, a base nacional elaborada pela Universidade Federal de Viçosa, utilizada como referência pela Fiocruz, aponta o registro de 2.324 novos casos confirmados.

O que acontece é que a base nacional soltou os dados como se tivessem acontecido no mesmo dia, enquanto a Sesap fez a distribuição dos casos de acordo com os dias em que eles ocorreram. Mas o que é importante chamar a atenção aqui é que, mesmo distribuídos, esse é um volume muito grande de contaminados que não haviam sido contabilizados antes. Sem dúvida, o retorno às aulas, assim como as outras aberturas alongaram o final da pandemia para mais longe, deixando um terreno propício para uma segunda onda”, avalia o professor do Departamento de Física da UFRN, José Dias do Nascimento Júnior.

Num comparativo com os outros estados do nordeste, o Rio Grande do Norte foi o único a apresentar o pico de contaminação no período em torno de 15 de outubro. Os modelos MOSAIC/ UFRN também apontam que os estados nordestinos ainda estão passando pela primeira onda de contaminação, já que depois do pico inicial, o processo de contaminações diárias permaneceu constante.

“Reaberturas prematuras jogaram o final da pandemia para mais longe, favorecendo o cenário de óbitos constantes por muitos meses e circulação descontrolada do vírus. A baixa quantidade de óbitos, quando somada num período extenso, eleva a letalidade da doença. Estados como o Rio Grande do Norte, onde os sinais de estabilização são defendidos, escondem, na verdade, uma evolução sistemática de óbitos diários que segue em patamares constantes desde agosto”, avalia José Dias.

Segunda onda em janeiro

Com a chegada de uma segunda onda de Covid-19 em vários países da Europa e a retomada de medidas mais duras como o lockdown, a preocupação no Brasil deveria ser com as medidas para evitar uma segunda onda da doença também por aqui.

"No entanto, o único anúncio feito até agora pelo Governo Federal foi o da internação do Ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, por causa da covid-19. França, Itália e Espanha, segundo os números da Universidade Johns Hopkins, estão chegando no pico da segunda onda no mês de novembro. Estes países tiveram seu primeiro pico em abril, ou seja, entre a primeira e a segunda onda foi necessário um período de sete meses. Se o atual ritmo de contaminações se mantiver, o Rio Grande do Norte pode ter uma segunda onda por volta do mês de janeiro", estima José Dias.

imagem: cedida

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