RN registra 18.746 casos e 35 mortes de crianças e adolescentes por covid-19
Natal, RN 20 de abr 2024

RN registra 18.746 casos e 35 mortes de crianças e adolescentes por covid-19

7 de junho de 2021
4min
RN registra 18.746 casos e 35 mortes de crianças e adolescentes por covid-19

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A pandemia de covid-19 ainda é pouco visível no público infanto-juvenil. A doença, de fato, atinge menos quem está na fase inicial da vida, mas também é verdade que pode interrompê-la. A mortalidade infantil pelo vírus é maior no Brasil do que em qualquer lugar do mundo onde os dados estão disponíveis. No Rio Grande do Norte, 6,8% dos casos são em crianças ou adolescentes. A doença já atingiu 18.746 pessoas entre 0 e 19 anos e matou 35.

No estado, a doença incidiu mais entre os adolescentes mais velhos. Dos 15 aos 19 anos, 5.371 meninas e 4.611 meninos tiveram o resultado positivo. Quanto menor é a faixa etária, menor é o número de casos confirmados.

Entre 10 e 14 anos, o estado confirmou 2.287 garotas e 1.970 garotos com a doença. Dos 5 aos 9, 1.175 do sexo feminino e 1.253, masculino. E de 0 a 4, 1.029 meninas e 1.050 meninos ficaram doentes desde o início da pandemia.

Por outro lado, os óbitos estão distribuído em todas as idades. Cinco eram bebês menores de um ano de idade, 10 tinham entre 1 e 4 anos e 7 tinham entre 5 e 9 anos. Dois pré-adolescentes, entre 10 e 14 anos, perderam a vida por causa da doença no estado. Entre os adolescentes de 15 a 19 anos o número é um pouco maior. Onze não resistiram às complicações da covid.

A unidade referência para atendimento covid infantil é o Hospital Pediátrico Maria Alice Fernandes, localizado na zona Norte de Natal. Ele dispõe de dez UTIs e na tarde desta segunda-feira (7), tinha 6 ocupadas.

Hospital Pediátrico Maria Alice Fernandes tem 10 leitos críticos. Foto: Sandro Menezes/ Governo do RN

A diretora, Suyame Ricarte, informou que também havia 22 na enfermaria, dois no pronto-socorro e a unidade aguardava a chegada de outros quatro já transferidos de outras unidades de atendimento.

A enfermeira conta ainda que é comum o aumento os atendimentos de pacientes com síndrome respiratória aguda neste período do ano.

“E todo paciente que recebemos com sintomas respiratórios acabam sendo suspeitos de covid-19 até que se descarte com exames, por isso existe um grande número de suspeitos e uma pequena quantidade são confirmados para covid-19”, explicou, ao informar que o hospital atendeu a 1.184 crianças com suspeita e 186 tiveram diagnóstico confirmado. Cinco morreram.

Brasil é destaque internacional em morte infantil por covid

O jornal New York Times publicou artigo no dia 4 de junho alertando sobre a alta incidência de covid entre as crianças brasileiras. De acordo com pesquisa liderada pela Dra. Fátima Marinho, da ONG Vital Strategies, mais de 2.200 crianças com menos de 10 anos morreram no Brasil por causa da doença. Entre os menores de cinco anos, por exemplo, foram observados mais de 900 casos fatais.

Embora o total represente menos de 0,5% dos 470 mil óbitos no Brasil, ressalta-se que a mesma proporcionalidade de crianças afetadas não tem sido visto em outros lugares.

Nos Estados Unidos, que têm o maior número de mortos por covid-19 no mundo inteiro, a situação é diferente: das quase 600 mil fatalidades, apenas 113 foram menores de cinco anos.

O texto destaca ainda que os pequenos são os que mais sofrem “seja em termos de morte ou invalidez” na história recente de doenças infecciosas no país. Foi assim nas epidemias de dengue, em 2007 e 2008, quando responderam por mais da metade das mortes e na epidemia de zika vírus, em 2015, quando mais de 1.600 bebês nasceram com microcefalia.

Para os pesquisadores, a principal explicação passa pelas variantes do coronavírus que circulam no país, em especial, pela variante P.1 — originada no Amazonas e que passou a ser chamada de Gamma pela Organização Mundial de Saúde.

A variante pode contribuir para maiores taxas de infecção, hospitalizações e mortes de crianças brasileiras. Além disso, mulheres grávidas com covid-19 correm maiores riscos de transmitir o vírus para seus filhos, sem contar o fato de terem mais chances de contraírem doenças graves e de terem partos prematuros.

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