Robinson, Fábio Faria e Kassab são alvos de operação da PF
Natal, RN 28 de mar 2024

Robinson, Fábio Faria e Kassab são alvos de operação da PF

19 de dezembro de 2018
Robinson, Fábio Faria e Kassab são alvos de operação da PF

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O governador Robinson Faria e o deputado federal Fábio Faria são alvos de uma operação da Polícia Federal deflagrada na manhã desta quarta-feira (19), em Natal e em São Paulo, que investiga o recebimento de vantagens indevidas entre 2010 e 2016 pelo ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab, atual ministro da Ciência e Tecnologia, principal alvo da operação. Os mandados de busca e apreensão, cumpridos em Natal e São Paulo, foram assinados pelo ministro do STF Alexandre Moraes.

Gilberto Kassab teve os sigilos fiscal e financeiro quebrados e já foi anunciado como futuro chefe da Casa Civil do governo João Doria (PSDB).

As investigações foram iniciadas a partir de novas informações no processo envolvendo a empresa JBS e esclarecimentos pedidos pela procuradora geral da República Raquel Dodge aos empresários Wesley Batista e Ricardo Saud.

Parte dos recursos ilícitos, segundo a PF, abasteceram as campanhas de Robinson e de Fábio em 2014. A contrapartida exigida pela JBS seria a defesa dos interesses do grupo num eventual governo Robinson. São investigados os crimes de corrupção passiva e falsidade ideológica eleitoral.

Ao todo, 40 policiais estão sendo cumpridos dois mandados de busca e apreensão em Natal e outros seis em São Paulo.

Em depoimento, Wesley Batista afirmou ter pago uma mesada de R$ 350 mil para Gilberto Kassab entre 2010 e 2016, soma aproximada de R$ 30 milhões repassada à empresa Yape Consultoria e Debates, ligada a Kassab, e que envolvia contratos superfaturados de aluguel de caminhões. Também foram pagos, segundo o delator, mais R$ 28 milhões ao diretório nacional do PSD, presidido na época por Kassab.

Segundo as investigações, os valores eram recebidos por empresas, através da simulação de serviços que não foram efetivamente prestados e para os quais foram emitidas notas fiscais falsas.

Recentemente, a procuradora geral da República Raquel Dodge pediu arquivamento de um inquérito que tramitava no Supremo Tribunal Federal contra Fábio Faria baseado na delação premiada do executivo da JBS Ricardo Saud. Ele acusou Fábio de participar de uma jantar no qual foi negociada propina em favor da campanha de Robinson Faria para o Governo do Estado, em 2014.

Segundo o delator, também participaram desse jantar o próprio Robinson e a apresentadora Patrícia Abravanel, esposa de Fábio e filha de Sílvio Santos.

O outro lado

As assessorias do governador Robinson Faria e do deputado federal Fábio Faria afirmaram que os mandados de busca e apreensão não foram realizados nas residências particulares dos dois e que vão aguardar informações da Polícia Federal para se pronunciar.

Já Gilberto Kassab afirmou que confia na Justiça brasileira, no Ministério Público e na imprensa e que estará à disposição para quaisquer esclarecimentos. Ele afirmou ainda que todos os seus atos seguiram a legislação e foram pautados pelo interesse público.

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