Senador pede acareação entre repórteres da revista Veja e Fábio Wajngarten na CPI da covid-19
Natal, RN 18 de abr 2024

Senador pede acareação entre repórteres da revista Veja e Fábio Wajngarten na CPI da covid-19

12 de maio de 2021
Senador pede acareação entre repórteres da revista Veja e Fábio Wajngarten na CPI da covid-19

Ajude o Portal Saiba Mais a continuar produzindo jornalismo independente! Apoie com qualquer valor e faça parte dessa iniciativa.

Quero Apoiar

Nesta quarta (12) foi a vez do ex-Secretário de Comunicação Social do governo federal, Fábio Wajngarten, prestar depoimento à CPI da covid no Senado. Foi o próprio Wajngarten que se ofereceu para depor na Comissão. Apesar de ter ocupado o cargo de Secretário de Comunicação da Presidência da República, Wajngarten não soube responder à maioria das questões relacionadas ao governo, como qual seria o impacto das mensagens do presidente Bolsonaro contra a vacinação, como no caso da afirmação de que quem se vacinasse contra a covid-19, poderia se transformar num jacaré.

A falta de resposta às perguntas irritou o senador Renan Calheiros (MDB-AL), que é relator da CPI. Durante o depoimento, Wajngarten foi questionado sobre afirmações feitas à revista Veja no mês de abril. Na publicação, o ex-secretário afirmou que a Pfizer teria oferecido prioridade no fornecimento de 70 milhões de vacinas ao Brasil, assim que houvesse liberação da Anvisa. A proposta teria sido formalizada por meio de carta ainda em setembro de 2020.

O documento teria sido endereçado ao presidente Jair Bolsonaro, ao gabinete do presidente, ao ministro Paulo Guedes, ao Ministro da Saúde e mais algumas autoridades. À revista, Wajngarten afirmou que o Ministério da Saúde sequer tinha respondido à carta, informação que só depois de muita insistência, foi confirmada pelo ex-Secretário de Comunicação, com a ressalva do quantitativo de vacinas oferecidas, que não teriam passado de 500 mil.

Mais uma vez, depois de muita insistência apenas para confirmar as declarações dadas à Veja, o senador Renan Calheiros se irritou. À publicação, Wajngarten disse que o presidente não poderia ser responsabilizado pela atraso na compra das vacinas, porque Bolsonaro tinha sido instruído com informações erradas. Renan quis saber, então, quem era o responsável pelas instruções.

Imagem: reprodução

“O presidente sempre disse que compraria toda e qualquer vacina aprovada pela Anvisa”, tergiversou Wajngarten, dando uma resposta completamente diferente àquela publicada pela Veja, na qual chegou a dizer que o governo federal estava perdido na condução da pandemia.

Num dos momentos mais críticos do depoimento, Wajngarten voltou a negar declarações dadas à revista “Veja”, nas quais afirma ter havido incompetência no Ministério da Saúde para a compra das vacinas. Foi preciso haver interferência do presidente da CPI, que pediu ao depoente que fosse objetivo das respostas. Foi ao insistir em desmentir as declarações publicadas na Veja e dar respostas evasivas, que o relator advertiu Wajngarten e anunciou que pediria o áudio da entrevista à revista de maneira imediata e que, em caso de mentira, o depoente seria preso.

“O senhor é a primeira pessoa que incrimina o presidente da República ao depor aqui e dizer que iniciou uma negociação em nome do Planalto. Essa é uma prova de que existia um gabinete paralelo orientando o presidente nas decisões relacionadas à covid-19”, desabafou Renan Calheiros.

A possibilidade de prisão de Wajngarten levantou os ânimos dos senadores bolsonaristas, que tentaram intervir para defender o ex-Secretário de Comunicação. A reunião chegou a ser suspensa por cinco minutos. Diante das inconsistências do depoimento de Wajngarten, o senador Otto Alencar (PSD-BA) fez um requerimento pedindo uma acareação entre o ex-secretário de Comunicação e os repórteres da revista Veja.

Wajngarten foi demitido do governo Bolsonaro depois de ter o nome envolvido em corrupção. Antes da demissão, os rumores é de que Wajngarten estaria interferindo na pasta da saúde, mesmo sem fazer parte da área, por interesses pessoais. No entanto, à Veja, ele disse que agiu diante da inabilidade de Pazuello. O depoimento de Wajngarten é visto por analistas políticos como uma tentativa de salvar o pescoço de Bolsonaro e jogar a culpa pelo desastre da administração da pandemia no país no ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello.

As mais quentes do dia

Apoiar Saiba Mais

Pra quem deseja ajudar a fortalecer o debate público

QR Code

Ajude-nos a continuar produzindo jornalismo independente! Apoie com qualquer valor e faça parte dessa iniciativa.

Quero Apoiar

Este site utiliza cookies e solicita seus dados pessoais para melhorar sua experiência de navegação.