Professores, funcionários e estudantes do Instituto Federal do Rio Grande do Norte amanheceram revoltados nesta segunda-feira (20) com a confirmação da intervenção federal pelo governo Bolsonaro no processo de eleição da instituição, que escolheu em dezembro o professor José Arnóbio de Araújo como novo reitor.
O reitor nomeado foi o professor Josué de Oliveira Moreira, recém-filiado ao PSL e ex-candidato a prefeito de Mossoró. Ele sequer participou do processo eleitoral em 2019.
A coordenadora geral do Sinasefe Nadja Costa afirmou que a entidade vai a Justiça contra a nomeação arbitrária. E que a comunidade não reconhece a escolha do governo.
- Sim (recorrer à Justiça). De todas as formas vamos procurar fazer valer nossos direitos democráticos. Nós repudiamos totalmente (a escolha do novo reitor) por ser uma quebra nas conquistas democráticas até hoje construídas na educação e na sociedade. Não reconhecemos esse indicado, assim como toda a sua equipe que irá compor (a gestão). Para nós, são impostores e golpistas”, disse, lembrando que a intervenção fere a autonomia da instituição:
- Fere ainda a autonomia dos Institutos federais, é o direito de escolha democrática dos nossos dirigentes, conforme a Lei de Diretrizes e Bases, o nosso projeto pedagógico e até mesmo a Constituição Federal, que preconiza as práticas democráticas na educação”, disse.
Nadja Costa voltou a reafirmar que a comunidade não reconhece reitor nomeado sob intervenção.
- Não queremos de forma alguma e não reconhecemos. Arnóbio foi eleito com mais de 48% dos votos, entre três candidatos, inclusive a maior votação foi entre os estudantes. O processo foi homologado pelo Conselho Superior e encaminhado para Brasília atendendo a todos os parâmetros legais”, afirmou.