STTU recebeu 1.700 sugestões da população para novo plano de transporte público de Natal
O transporte público de Natal é um tema caro à população da capital potiguar que sofre com o sucateamento de uma frota antiga, a irregularidade nos horários e uma tarifa considerada alta padrão o padrão de renda de seus usuários (inteira em espécie R$ 4,00 e no cartão R$ 3,90). Enquanto não consegue fazer a licitação do transporte público, a Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana (STTU) planejou um reordenamento das atuais linhas em circulação. A proposta, que está disponível para consulta pública, já recebeu cerca de 1.700 sugestões diretas da população.
Todas as sugestões serão analisados pelos técnicos da STTU e poderão, ou não, ser incorporadas à proposta do novo modelo de transporte para Natal. Até esta terça (26), mais de 50 mil pessoas tinham consultado o plano de transporte, que também está sendo discutido por meio de discussões presenciais, que já contaram com a participação de 1.275 pessoas. Nesta quarta (27), a reunião presencial será realizada no bairro de Neópolis, na Escola Municipal Professor Carlos Belo Moreno, Rua Arapiraca, às 18h30.
O projeto com o novo desenho para as atuais linhas de ônibus de Natal foi apresentado depois que, no início de setembro, cerca de 50 pessoas ocuparam a sede da STTU, na Ribeira, pedindo a volta das linhas retiradas durante a pandemia do novo coronavírus. Desde o início da pandemia, 20 linhas de ônibus foram suspensas na capital potiguar e nunca foram colocadas de volta: 01A, 01B, 12-14, 13, 18, 20, 23-69, 30A, 31A, 34, 41B, 44, 48, 57, 65, 66, 81, 587, 588 e 592.
O mapa completo da nova rede, dias úteis, sábados, domingos e feriados, além de cada linha em arquivo individualizado estão disponíveis em: https://natal.rn.gov.br/sttu/transportePublico.
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Viagens mais curtas
Em setembro, a Secretaria de Mobilidade Urbana de Natal apresentou o novo plano para o transporte público de Natal durante audiência pública realizada à pedido da Comissão de Transportes, Legislação Participativa e Assuntos Metropolitanos da Câmara Municipal.
O novo modelo de transporte coletivo pensado pela STTU prevê o aumento de 62% no número de viagens dos ônibus, que passariam de 98.960, média de 2019, para 160.350. Também está planejada uma redução mensal de 20% da quilometragem dos ônibus, quando a extensão das linhas passaria da média atual de 34,15 km para 19,21 km.
As mudanças também implicariam no aumento das linhas de 81 para 90 e uma tarifa reduzida no caso das linhas de bairro e o complemento do valor da passagem em caso de integração com outras linhas.
As 90 linhas seriam divididas da seguinte forma:
18 linhas estruturais: ligam as regiões administrativas aos grandes centros comerciais;
28 linhas de bairro: ligam os bairros aos terminais estruturais;
24 linhas regionais: ligam os bairros de uma região aos seus centros comerciais;
10 linhas diretas: ligam bairros aos centros comerciais;
10 linhas “corujão”: ligam bairros aos centros comerciais durante a madrugada.
Inicialmente, as mudanças seriam implantadas até outubro, sem discussão com a população. Mas, durante a audiência na Câmara Municipal de Natal, a direção da Secretaria de Mobilidade Urbana se comprometeu em realizar uma série de debates com a população até a implantação do novo modelo.
Licitação
A primeira tentativa de elaborar o primeiro edital de licitação do transporte público da capital ocorreu em 2013. Já em 2015, o projeto foi enviado à Câmara Municipal de Natal com 140 emendas. Por causa de decisões judiciais, o projeto foi modificado em 2016 e, em 2017, duas concorrências foram lançadas nos meses de janeiro e abril, mas deram desertas pela falta de interesse das empresas em atender às exigências feitas à época, que previam a introdução de veículos novos com melhorias como piso baixo, câmbio automático, motor central ou traseiro e ar-condicionado.
No ano de 2018, a lei de licitação do transporte público de Natal voltou à Câmara Municipal e passou por novas alterações. Em 2019, o lançamento do edital de licitação foi adiado pelo menos três vezes pela prefeitura de Natal, sob a justificativa da necessidade de atualização das planilhas de custos das empresas.