Táxis e carros por aplicativo poderão transportar bicicleta em Natal
Motoristas de táxis e de transporte por aplicativo em Natal estão autorizados a levar, além do passageiro, a bicicleta do cliente. O projeto “Transporte Amigo do Ciclista”, sancionado no último dia 9 de agosto e publicado no Diário Oficial do Município desta sexta (20), tem o propósito de facilitar o deslocamento dos ciclistas na capital potiguar que queiram completar parte do trajeto de carro.
A bicicleta pode ser transportada na parte externa ou sobre o teto do veículo, desde que seja fixada em dispositivo apropriado, móvel ou fixo, aplicado diretamente no carro ou acoplado ao gancho de reboque seguindo todas as diretrizes previstas nos capítulos da Resolução nº 349, de 17 de maio de 2010, do Contran (Conselho Nacional de Trânsito). Cada veículo poderá ter apenas um suporte, mas que poderá ser utilizado com várias bicicletas, de acordo com a capacidade do equipamento.
O departamento de vistorias da Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana (STTU) ficará responsável pela vistoria prévia nos veículos que quiserem aderir ao projeto. A lei também prevê que o motorista do veículo poderá utilizar a área onde a bicicleta estiver acoplada como espaço publicitário, seja por meio de placa, capas ou banner. Algumas empresas de transporte por aplicativo já possuem, inclusive, a opção de transporte da bicicleta, com suporte específico para a bike.
“Isso é muito importante porque há muitas pessoas que sentem dificuldade, a bicicleta quebra ou elas passam mal. Dei até essa sugestão a um amigo que é motorista de aplicativo para que andasse com uma transbike. Assim, quando tínhamos qualquer problema, a gente ligava pra ele e isso facilitava nossa vida”, comenta Cicinho Oliveira, presidente do Bike Club Soltando o Freio.
Grupos fazem passeio simbólico no dia do Ciclista
Nesta quinta (19), foi comemorado o Dia do Ciclista. Porém, mais do que festa, a data é uma convocação à reflexão sobre as mudanças necessárias para um trânsito mais seguro. Segundo a Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet), o número de sinistros (acidentes) graves envolvendo ciclistas aumentou cerca de 30% nos cinco primeiros meses de 2021 em todo o país.
Em Natal, ciclistas de diferentes se reuniram para um grande passeio ciclístico. Ao todo, mais de 200 pessoas participaram do encontro. Confira:
Ciclista agredido em Natal
Em Natal, um ciclista foi agredido no dia 11 de agosto na avenida Prudente de Morais, depois de denunciar a um agente de trânsito da STTU que estava sendo coagido no trânsito por um motorista que seguia, erroneamente, na faixa de compartilhamento exclusiva para ônibus e ciclistas. O agente não adotou qualquer providência e após fazer a denúncia, cerca de 400 metros mais à frente, o ciclista foi surpreendido pelo motorista do carro, que o agrediu fisicamente. No dia seguinte, grupos de ciclistas fizeram um protesto simbólico e percorreram a mesma avenida na qual a vítima foi agredida.
Transporte do futuro
Diante dos congestionamentos, poluição e aquecimento global provocado, entre outras coisas, pela queima de combustíveis fósseis como o combustível utilizado nos carros, a bicicleta vem sendo apontada como um promissor e saudável meio de transporte, já utilizado em muitas cidades.
Apesar da política Nacional de Mobilidade Urbana (PNMU) estabelecer diretrizes para que os gestores das cidades deem prioridade aos tipos de transporte não motorizados, como no caso de ciclistas e pedestres, na prática, a orientação não tem sido colocada em prática já que ainda são bem poucas as cidades brasileiras com ciclovias que garantem a mobilidade por todo o perímetro urbano.
Grandes cidades que já sofrem algum tempo com sérios problemas na mobilidade urbana, entenderam o valor das ciclovias. São Paulo, por exemplo, tem atualmente 681 quilômetros de rede cicloviária. Natal possui, aproximadamente, 85 quilômetros de ciclovias e em abril, a STTU tinha o plano de ampliar as faixas para ciclistas nas avenidas: Itapetinga, Senhor do Bonfim, Pico Cabugi, Guararapes, Cirandas, Blumenau, Jequiriçá e Itaboraí.