O Bloomberg News informou, nesta quinta-feira (10), que o governo dos EUA se recusou a endossar a tentativa do Brasil de ingressar na Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), marcando uma reversão após meses de apoio público das principais autoridades.
O secretário de Estado, Michael Pompeo, rejeitou pedido para discutir mais ampliações do clube dos países mais ricos, de acordo com uma cópia de uma carta enviada ao secretário-geral da OCDE, Angel Gurria, em 28 de agosto. Ele acrescentou que Washington apoiou apenas as ofertas de membros da Argentina e da Romênia.
“Os EUA continuam a preferir o alargamento a um ritmo medido que leva em consideração a necessidade de pressionar pelo planejamento de governança e sucessão”, afirmou a carta.
A mensagem contradiz a posição pública dos EUA sobre o assunto. Em março, o presidente Donald Trump disse em entrevista coletiva conjunta com o presidente brasileiro Jair Bolsonaro na Casa Branca, que apoiou o Brasil na adesão ao grupo de 36 membros. Em julho, o secretário de Comércio dos EUA, Wilbur Ross, reiterou o apoio de Washington ao Brasil durante uma visita a São Paulo.
Após a repercussão negativa do "não" ao Brasil, o governo brasileiro procurou a embaixada dos Estados Unidos, que divulgou nota afirmando que apoia a entrada do Brasil na OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico), mas não citou uma data específica para que a inclusão seja realizada.
- "A declaração conjunta de 19 de março do presidente Trump e do presidente Bolsonaro afirmou claramente o apoio ao Brasil para iniciar o processo para se tornar um membro pleno da OCDE e saudou os esforços contínuos do Brasil em relação às reformas econômicas, melhores práticas e conformidade com as normas da OCDE. Continuamos mantendo essa declaração", diz a nota.
Pra encerrar a trapalhada, o chefe da Casa Civil do governo Bolsonaro, o ex-deputado Onyx Lorenzoni declarou:
"No futuro, a OCDE é que fará questão que o Brasil entre na organização", disse.