Um mundo e um Brasil sem agrotóxicos e canudos é possível 
Natal, RN 19 de abr 2024

Um mundo e um Brasil sem agrotóxicos e canudos é possível 

12 de julho de 2018
Um mundo e um Brasil sem agrotóxicos e canudos é possível 

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Dentre tantas coisas importantes a debater e escrever sobre, especialmente a comédia jurídica que assistimos no último domingo, é tentador falar mais uma vez do “caso Lula”. Porém, não escreverei sobre esse tema, tanto pela saturação da própria pauta mesmo entre nós esquerdistas, quanto por acreditar que tudo de relevante sobre o tema (com as informações disponíveis até agora) já foi escrito por melhores especialistas na temática, de modo que me sinto representada por matérias e crônicas escritas aqui mesmo, por exemplo, no portal da agência Saiba Mais.

Dito isto, passo então à minha temática de hoje, que é chamar atenção nesta coluna, mais uma vez, para a gravidade de algumas informações eco ambientais. Claro que para falar de ecologia preciso falar de política, afinal, são os políticos  que fazem as leis, graças às quais é maior ou menor nossa proteção ambiental. Por falar nisso, que diferença (pra quem dizia que era tudo igual) da postura da Dilma para a postura do Temer em relação à pauta ambiental (e a muitas outras).

Apesar das concessões feitas ao agronegócio que visavam, claro, fortalecer a economia do país consolidando o potencial agrícola do Brasil, líder em produção de alimentos no mundo, sempre houve um desejo maior, no governo Dilma, de proteger o meio ambiente e reservas naturais do país. Não é  à toa que os melhores (porque menores) índices de desmatamento da Amazônia, desde os tempos dos militares, foram efetuado pelo governo petista. E não por acaso os índices de desmatamento da Amazônia dispararam desde que o governo golpista se instalou.

Dilma jamais cogitaria vender o aquífero Guarani, Dilma não teria anistiado a Samarco, Dilma não reveria o estatuto da caça e das florestas (de acordo com proposta legislativa em andamento, caçar animais ameaçados de extinção se torna mais fácil), Dilma não entregaria o Pré-sal, pois sabe o quanto um recurso energético estratégico como o petróleo pode significar para a autonomia de um país. E finalmente, Dilma não sancionaria a PL do veneno que vai permitir que agrotóxicos perigosíssimos para a saúde humana (capazes de produzir em longo prazos até mesmo deformidades genéticas, físicas).

Na contramão do mundo vai ser permitido que levemos pra nossas mesas tudo aquilo que é proibido no dito “Primeiro Mundo”. Fica a pergunta que não quer calar: Se as crianças da Europa e do Canadá não podem comer alimentos com agrotóxicos que comprovadamente, em importantes estudos científicos, se mostraram cancerígenos por que as nossas podem? Que tipo de governo acha normal envenenar sua própria população em nome dos interesses escusos das multinacionais do veneno?

É meu caro leitor, esse governo existe, é o “nosso” (nunca o reconhecerei como legítimo) então vejam só que prejuízo sem tamanho levando em questão “só”  a pauta ambiental, o Golpe nos trouxe. É todo um projeto de nação que vai para o ralo. Em 25 anos teremos uma geração com sua saúde, sua genética, seu desenvolvimento humano, físico, em todas as dimensões, absolutamente degenerado.  Qual será a situação da força de trabalho desse país sendo alimentada por veneno? Em uma geração teremos nossa população arruinada de doenças crônicas terríveis e algumas não previsíveis. E não é só. Tramita no Congresso outro PL que visa proibir a venda de alimentos orgânicos nos supermercados, uma clara tentativa de dificultar o acesso aos alimentos saudáveis, e nos entupir de alimentos envenenados. Que diferença do governo petista que fortaleceu a agricultura familiar e orgânica numa escala sem precedentes na história do país, chegando mesmo a criar um ministério (o extinto ministério do desenvolvimento agrário) que tinha exatamente a função de fortalecer a produção de orgânicos no país.

Mas nem tudo é terrível no horizonte. Apesar de todos os retrocessos ambientais dos últimos dois anos, há um pequeno grande alento. O  Rio de janeiro passou a ser a primeira cidade do Brasil a proibir o uso de canudos. Como isso impacta a pauta ambiental? Muitíssimo, afinal, estima-se que no mínimo 80% de todo o lixo plástico produzido no mundo sejam canudos, o que tem interditado desde vias áreas de tartarugas marinhas como interferido nos ciclos alimentares de moluscos, caranguejos e peixes, comprometendo a saúde de ecossistemas marinhos do mundo todo. Então, meu caro leitor, vamos cobrar dos nossos gestores e pré-candidatos a se posicionar sobre essa questão. Os canudos já estão proibidos em todo o território da França e do Reino Unido. Esperamos que o Rio seja só a primeira atitude nesse sentido, que logo se estenda por todo país e sinceramente né gente, vamos parar de usar canudos, pois quando penso neles só consigo ver um benefício real de seu uso: impedir que borremos o batom quando tomamos uma cervejinha não é, garotas?

Podemos superar isso em nome do planeta, não podemos? Em nome de um planeta mais limpo, vale a pena abolir o canudo e retocar o batom de vez em quando, não acham?

Fora Temer, Fora PL do Veneno, Fora canudos.

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