Valsa com a morte
Natal, RN 25 de abr 2024

Valsa com a morte

8 de maio de 2020
Valsa com a morte

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Sem sentimento e sem sentido, o Governo Bolsonaro todos os dias exagera um pouco mais  em atos que reforçam a morte como a  única política que conseguem produzir para o povo brasileiro. Há dois meses não tínhamos duas dezenas de mortos, nos próximos dias contaremos 10 mil corpos. Não cabe mais surpresa com a maneira com que Bolsonaro trata a vida. Não cabe surpresa, mas certamente ainda cabe horror. Ficar horrorizado com o espetáculo de desprezo em cada fala do Presidente é o que nos garante distanciamento social de sua brutalidade.

Confinado politicamente ao seu secto de apoiadores, criticou o isolamento e virou a  voz de incentivo para que brasileiros pobres joguem roleta russa com o vírus. Acredita mesmo que esse furacão passará sem que destroços caiam no Palácio do Planalto. Nem mesmo tenta esboçar sensibilidade para com os mortos, Messias quer mesmo salvar sua eleição. Só pensa nela. Logo, governadores são  inimigos e sua “gripezinha”  é uma “tramóia” para derrubá-lo. Contudo, não é a ficção da cabeça do Presidente que empurra o governo para as cordas. O próprio Bolsonaro é muito eficiente em sabotar a si próprio. Fala após fala, ação após ação, fica claro que o Brasil não suporta, sem um impacto social profundo,  uma Presidência de Bolsonaro até 2022.

Os pedidos de impeachment já se vão em dezenas, mas os pequenos fios de nylon que seguram o Presidente seguem existindo. Isso porque uma elite política e econômica continua com a calculadora ligada, segurando-se nas possibilidades de ganhos que o “necroliberalismo” é capaz de gerar durante uma pandemia. Diferente da humilhação que os pobres enfrentam na Caixa, os grandes bancos receberam suporte de bilhões, de maneira expressa, sem filas. Em troca estão restringindo o crédito e aumentando os juros para brasileiros em tragédia. O mais simbólico disso foi Bolsonaro querer mostrar serviço quando industriais falam de “morte do CNPJ”, mas responder “E daí?” quando passamos do horroroso número de 5 mil vítimas de Covid-19. Joga ainda para os servidores públicos a conta das ações contra a pandemia, congelando salários, mas não admite ampliar a tributação sobre os super privilégios de rentistas e bilionários.

Todos os dias, vemos ser dançada com dinheiro público, uma valsa desengonçada com a morte.  Ao som do choro das mães que perdem seus filhos, dos homens que enterram seus entes queridos. Estamos horrorizados, mas não podemos mais ficar estagnados, nem esquecer os atos desumanos de Bolsonaro. Seu governo terá um fim, nossa luta é para que ele caia antes que outros milhares de brasileiros tenham como destino a vala comum.

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