Vice-presidente Mourão elogia Coronel Brilhante Ustra em entrevista para rede alemã
Natal, RN 25 de abr 2024

Vice-presidente Mourão elogia Coronel Brilhante Ustra em entrevista para rede alemã

9 de outubro de 2020
Vice-presidente Mourão elogia Coronel Brilhante Ustra em entrevista para rede alemã

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Durante uma entrevista de 26 minutos à emissora da rede pública Alemã de radiodifusão, Deutsche Welle, o vice-presidente Hamilton Mourão fez elogios ao Coronel Brilhante Ustra e afirmou que o fato do presidente Jair Bolsonaro ter participado de atos que pediam a volta da Ditadura Militar, não significou uma ameaça à democracia. A entrevista começa com o apresentador ressaltando o fato do Brasil estar nas manchetes dos jornais de todo o mundo pelos motivos errados como corrupção, extração ilegal de madeira e os incêndios na Amazônia, além do país ter o terceiro maior índice no mundo de infecções por Covid-19.

O programa que tem o título de “Zona de Conflito” é apresentado por Tim Sebastian, que abriu o diálogo questionando a fala de Mourão de alguns meses atrás, quando o vice-presidente afirmou “Está tudo sob controle. Só não sabemos de quem”. Mourão minimizou a fala, explicando que se tratava apenas de uma brincadeira, ao que o apresentador voltou a questionar de forma incisiva que tipo de brincadeira seria essa, já que dois ministros da Saúde haviam saído durante um período de emergência sanitária, um ministro da Justiça havia renunciado e um ministro da Educação correu para os Estados Unidos depois de dizer “Não quero brigar com ninguém, me deixem em paz, não me provoquem”.

Durante a entrevista, também foram abordados os temas da intervenção militar e a formação do ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, que não tem qualquer vínculo com a área na qual atua. Eduardo Pazuello tem curso de paraquedista e graduações como mestre de salto, salto livre e avanço de salto livre. Questionado sobre a Ditadura Militar no Brasil, Mourão resumiu os vinte anos do regime como um período em que os militares fizeram muitas coisas boas e outras nem tanto. Que ainda não podemos avaliar esse momento histórico porque é muito recente, que é preciso esperar que as vítimas da ditadura ainda vivas desapareçam para que a história faça sua parte, já que elas fazem um relato sob a perspectiva de apenas um ponto de vista. Mourão argumentou, ainda, que muitas pessoas foram acusadas injustamente de serem torturadoras, incluindo Carlos Alberto Brilhante Ustra, que era seu amigo próximo e um homem de honra, que respeitava os Direitos Humanos de seus subordinados. Somente na unidade que ficava sob o comando de Ustra, foram registrados mais de 500 casos de tortura. Durante a votação do impeachment da presidente Dilma Rousseff, Jair Bolsonaro dedicou seu voto ao torturador.

Confira a entrevista completa aqui.

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