Por Jefferson Lúcio
Essa semana a mídia potiguar mostrou o uso excessivo da força policial no município de Santo Antônio (RN), infeliz fato que nos força a refletir sobre o instituto hereditário da violência.
Se na ocasião da ocorrência eu estivesse, como policial que sou, teria dado voz de prisão imediatamente ao colega que agrediu com tapas aquela senhora com criança no colo, porém sei que aquele ato é também herança do período escravocrata brasileiro, cujas nuances ainda imperam em nossa sociedade, seja por meio do homem contra mulher ou do Estado sobre o cidadão, enfim, do “protegido”contra o vulnerável.
Precisamos mudar, e em específico na segurança pública, instituir indicadores de uso excessivo da força policial. Não basta tão somente avaliar a ação policial sob a ótica da letalidade, como vem mostrando o Fórum Brasileiro de Segurança Pública. É preciso mais, é necessário estudos estatísticos e implementação de procedimentos internos que permitam mensurar esses desvios de condutas.
Jefferson Lucio é 2° Sargento da Polícia Militar do Rio Grande do Norte, membro do COMUNITÁRIOS contra COVID, graduando em Gestão de Políticas Públicas pela UFRN e co-coordenador do Centro Acadêmico Djalma Maranhão.