Vítima de infarto, Paulo Wagner foi polêmico na TV e até na hora de se aposentar
Natal, RN 16 de abr 2024

Vítima de infarto, Paulo Wagner foi polêmico na TV e até na hora de se aposentar

30 de dezembro de 2019
Vítima de infarto, Paulo Wagner foi polêmico na TV e até na hora de se aposentar

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O ex-deputado federal Paulo Wagner, 57, morreu neste domingo (29), no apartamento dele, em Pirangi, praia do litoral sul do Rio Grande do Norte. De acordo com informações divulgadas pela família, a causa da morte foi um infarto fulminante. O velório começou no início da manhã desta segunda-feira (30). O corpo será cremado no final da tarde em cerimônia íntima.

Paulo Wagner era natural de Areia Branca, trabalhou na imprensa mossoroense e virou um fenômeno da comunicação no Estado ao apresentar, já nos anos 2000, o programa Patrulha da Cidade, na TV Ponta Negra, afiliada do SBT no Estado potiguar. Caricato, carismático e debochado, seguiu o estilo dos apresentadores popularescos que, sob o pretexto de cobrar Justiça e ampliar a audiência, ridicularizavam na televisão suspeitos (geralmente pobres) de cometerem os mais variados crimes, de pequenos delitos a homicídios.

Na época, o Patrulha da Cidade já disputava o 1º lugar da audiência no horário do almoço com o telejornal da afiliada da Rede Globo.

A grande popularidade na TV, especialmente junto às classes C, D e E, o alçou à carreira política. Em 2008, foi eleito o vereador mais votado da história de Natal, com mais de 14 mil votos, número superado apenas uma vez até hoje, pela professora Amanda Gurgel (PSTU), que conquistou mais de 30 mil votos, em 2012.

A popularidade de Paulo Wagner também ajudou a eleger a dona da TV onde ele trabalhava, a jornalista Micarla de Sousa, que venceu no 1º turno a disputa contra a atual governadora Fátima Bezerra (PT). Dois anos depois, Wagner decidiu voar mais alto e conquistou uma cadeira na Câmara Federal obtendo votos de 55.084 eleitores, fazendo uma dobradinha com o radialista Miguel Weber, então casado com Micarla, que não conseguiu vaga na Assembleia Legislativa em 2010, ficando apenas na 30ª colocação.

Após quatro anos no Congresso em um mandato sem relevância, Wagner não conseguiu se reeleger na legislatura seguinte. Porém, com a Câmara Federal sob a presidência do potiguar Henrique Eduardo Alves (MDB), Paulo Wagner conquistou uma aposentaria por invalidez no valor de R$ 33,7 mil. O pedido teria sido feito ao então ministro da Previdência Social Garibaldi Alves Filho (MDB) O ato foi assinado pela presidência da Câmara em 16 de dezembro de 2014. Alves presidiu a Casa entre 2013 e 2015. Nas eleições de 2014, Paulo Wagner subiu no palanque para pedir votos a Henrique antes mesmo do PV definir quem apoiaria naquele pleito.

O Ministério Público Federal ajuizou uma representação no Tribunal de Contas da União para tentar cassar a aposentadoria concedida a Wagner alegando que, mesmo “inválido”, o ex-deputado participou das eleições de 2014 e seguiu apresentando diariamente o programa Patrulha da Cidade. Mas o ex-parlamentar seguiu recebendo o benefício.

A patologia que lhe garantiu o benefício nunca foi informada.

Colegas que trabalharam com Paulo Wagner lamentaram a morte do apresentador. A ex-prefeita Micarla de Sousa e a Câmara Municipal de Natal emitiram notas de pesar e condolências aos familiares dele.

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