Votar em defesa da democracia
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Votar em defesa da democracia

7 de outubro de 2018
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Hoje, os eleitores vão decidir, mais do que o futuro do país, se continuaremos ou não vivendo em um país democrático, pluralista e respeitoso em relação às diferenças.

O candidato que desponta como líder nas pesquisas, Jair Bolsonaro, é uma ameaça concreta a todos esses valores. Votar no capitão significa por a nossa democracia, ainda bastante frágil, em perigo, já que todas as suas falas e promessas não contemplam a existência do diferente, do contraditório, do plural, o direito de defender pontos de vistas diferentes do seu. Bolsonaro, e muitos de seus eleitores, são pessoas autoritárias, que não aceitam ou toleram a opinião divergente, a forma de vida distinta, os valores contrários aos seus. A democracia começa a morrer quando alguém acha que sua forma de ver o mundo é a única correta, a única que deve existir, a única que deve ser respeitada. A democracia começa a morrer quando alguém acha que só existe uma única verdade no mundo e ele é o portador dela. A democracia fenece diante de gente que vê o mundo em preto e branco, que vê de uma maneira maniqueísta todas as coisas. A democracia morre quando alguém se acha no direito de impor seus desejos ao outro, ao invés de coloca-los em discussão. Quem acha que o grito, a tapa, o soco e o tiro é a melhor forma de resolver diferenças é um candidato a ditador não a presidente de uma democracia.

Saímos da democracia e caminhamos para o fascismo quando um dado grupo social quer impor sua forma de viver, de pensar, de se comportar, nem que para isso tenha que fazer o uso da força, da violência e do medo. A campanha, nesse primeiro turno, notadamente por causa da presença de Jair Bolsonaro, saiu do plano da discussão razoável e racional de propostas para o país, do debate de ideias, de projetos políticos, para se tornar um plebiscito passional e irracional em torno de dados valores, formas de vida, tipos de comportamento, etc. A intolerância, marca do candidato e de muitos de seus seguidores, gerou uma reação contrária que também saiu do plano da racionalidade, tornando a campanha um embate entre paixões.

Fugindo sistematicamente do debate público de ideias, favorecido, por mais contraditório que possa parecer, pela facada que o vitimou, Bolsonaro vem baseando sua campanha na exploração consciente, usando, inclusive, de forma sistemática, as redes sociais, de todos os preconceitos mais arraigados na sociedade brasileira. Ele e seus seguidores tornaram admissível e até chic, uma prova de autenticidade e coragem, se dizer racista, homofóbico, misógino, machista, xenófobo. Sua campanha não se faz no sentido de esclarecer o que ele fará se chegar a presidência, mas no sentido de confundir o eleitor com uma mistura indigesta de preconceitos, bordões pretensamente bem humorados, imagens chocantes que apelam para a reação moral e afetiva do eleitor. Mesmo quando seu candidato a vice-presidente e seu provável ministro da fazenda deixaram escapar o que faria um governo Bolsonaro, logo foram instados a desmentirem o que disseram e a ficarem calados. Não pode ficar claro para o eleitor que Bolsonaro vai continuar a política ultraneoliberal do governo Michel Temer. Não pode ficar claro para o eleitor, e nisso os meios de comunicação e seu antipetismo tem colaborado muito, que ele governará para os mais ricos, já que seu preconceito e desprezo pelos pobres foi manifestado em várias ocasiões.

Não ficou claro para o eleitor, ainda, que Bolsonaro votou favorável a todas as medidas que retirou direitos dos trabalhadores, enviadas por Temer ao Congresso. Não ficou claro que ele foi da base política do governo Temer e, portanto, ele não significa mudança nenhuma em relação ao que está aí. Ele é um defensor de privilégios, do Estado mínimo, de cobrar impostos dos pobres e retirar a carga tributária dos ricos. O fato da campanha do Partido dos Trabalhadores ter que popularizar o nome de Fernando Haddad em muito pouco tempo, o fato de ter adotado a tática de fazer de conta que o capitão não existia, favoreceu a estratégia de campanha de Bolsonaro, que é manter o embate em torno de temas morais, explorando o moralismo da classe média, dos religiosos, e escondendo da população sua agenda de governo que é terrível para os mais pobres, para a soberania do país e para os direitos sociais e humanos.

A espetacularização que faz de sua própria intolerância, o fato de ter criado esse personagem que encarna tudo o que é politicamente incorreto nessa sociedade chata do politicamente correto chega a transformar um reacionário, um conservador em alguém que parece ser rebelde ao sistema e um personagem corajoso que enfrenta o status quo. Como suas fugas dos debates mostram, esse personagem aparentemente corajoso, capaz de peitar todas as coisas, encobre um covarde e um despreparado que tem as suas fragilidades encobertas por essa cortina de fumaça. A campanha do Ele Não foi um absoluto fracasso justamente porque terminou por reforçar essa imagem de bad boy, de outsider, de contra tudo e contra todos que ele tenta construir. Suas aparições com armas na mão, suas falas provocativas, que sabe que irão repercutir e virar manchetes, é a forma como um personagem frágil, vazio do ponto de vista das ideias, um candidato que precisa levar escrito à caneta na mão uma ideia qualquer sobre economia, sobre educação, sobre cultura, sobre política externa, se torna um mito. Ele mita todo tempo e seus seguidores o elevam a essa condição.

O que a sociedade precisa perceber é que se o adesivo de Bolsonaro é inseparável de uma caminhonete cabine dupla é porque ele é o candidato que vai defender os privilégios dos ricos. Os donos de carrões votam em Bolsonaro porque não estão nem aí para o que pode acontecer com o país, nossas elites sempre ligam um foda-se quando seus interesses estão ameaçados. Eles nunca valorizaram a democracia ou o estado de bem estar social, eles são contra políticas sociais porque elas precisam de financiamento e seu financiamento sai do pagamento de impostos que essa turma não quer pagar. O ódio ao PT, o antipetismo nada tem que ver com corrupção, porque de corrupção essa gente entende e vive, isso é só uma cortina de fumaça para encobrir a defesa de seus privilégios de classe, que os governos petistas arranharam de leve. O dono do carrão vota em Bolsonaro sabendo muito bem quem ele é e o que pode significar para o país. Essa gente, se o bicho pegar, tomam um avião, entram em seu jatinho e vão embora dando uma banana para o país como fez o personagem da novela Vale Tudo. Seria bom que todo mundo sintonizasse na reprise dessa novela e relembra-se do personagem Odete Roitman, encarnação sem tirar nem por dessa patronagem bolsonarista que anda chantageando e ameaçando seus trabalhadores para que votem em seu candidato. Encarnação de uma elite brasileira que não tem vergonha de se atirar no colo do fascismo desde que ele lhe garanta o reino desabrido do mercado e da exploração capitalista. Uma elite que não gosta do país em que vive, que despreza seu povo, notadamente se for nordestinos (seres incapazes de pensamento e que só votam com o bucho, dispostos a seguir messianicamente um profeta ou salvador da pátria, segundo a reportagem babosa de preconceito da Folha de São Paulo). Bolsonaro é o candidato de gente que se acha e que quando procuramos alguma inteligência achamos muito preconceito e falas feitas da mídia e das redes, no lugar.

O que nos causa espanto é que um pobre, um trabalhador, uma mulher, um homossexual, um negro vote em Bolsonaro. Somente a baixa autoestima e o envenenamento de sua consciência pelo discurso moralista pode explicar isso. Bolsonaro ameaça a democracia, antes de mais nada, porque não há democracia que se sustente, à longo prazo, sem justiça social, sem distribuição de renda, sem a garantia de direitos, sem a redução da miséria, sem a oferta de educação, de cultura, de saúde. Aquele que se diz defensor das famílias realizará políticas económicas que tornarão a maior parte das famílias brasileiras ainda mais pobres, ainda mais vulneráveis a ser tragadas pela atração do tráfico, do crime, a ser destruídas pela precariedade. Enquanto ele joga como cortina de fumaça o combate ao kit gay que nunca existiu, à mamadeira fálica que nunca existiu, à ideologia de gênero, ao feminismo, à homossexualidade como ameaças às famílias, suas políticas neoliberais e sua disposição de soltar os cães raivosos do fascismo para que ataquem todos os vulneráveis, se constituem em ameaças muito mais reais e perigosas para as famílias. A distribuição que promete de armas de fogo fará das famílias um campo aberto para as cenas de sangue entre maridos e mulheres, pais e filhos, etc.

Se valoriza as famílias investindo em educação pública e de qualidade. Mas é preciso dizer que o seu provável ministro da fazenda, Paulo Guedes, representa os interesses dos empresários privados da educação. Um governo Bolsonaro é uma ameaça concreta a existência do ensino público, das universidades públicas. Seu preconceito contra quem pensa, como é normal em quem pensa pouco, seu preconceito contra a universidade, onde acha que só existem comunistas e esquerdopatas (quando hoje está cheia de empresários de si mesmos, individualistas que só pensam em suas carreiras, gente de direita e conservadora), maconheiros e homossexuais, é uma séria ameaça, inclusive, a liberdade de pensamento e expressão, a liberdade de cátedra no ensino superior, valores indispensáveis para a manutenção de uma sociedade democrática. Numa conjuntura em que até ministros do Supremo Tribunal Federal, em nome da perseguição política a uma pessoa, relativiza o direito de expressão e manifestação, é um passo para que um governo autoritário, que promete entregar o Ministério da Educação a um militar, interfira na autonomia universitária e tente subordinar essas instituições a dadas ideologias. O movimento escola sem partido, que hoje toma claro partido por Bolsonaro, a ponto de pais ameaçarem matar professores que pensam diferente deles, é uma pista do que pode acontecer no campo da educação. Não será com essas medidas autoritárias e policialescas que se beneficiará as famílias com uma boa educação.

É preciso que fique claro para o eleitor que aquele que se diz patriota e coloca a nação acima de tudo votou a favor de todas as medidas que entregaram as riquezas do país para empresas estrangeiras. É preciso que fique claro que, dada a inviabilidade das candidaturas dos partidos que capitanearam o golpe de 2016, o MDB e o PSDB, os golpistas estão tendo que apostar na farsa e farda que é Bolsonaro. O golpe de 2016 tem suas origens no exterior, na insatisfação dos Estados Unidos com a política externa independente seguida pelos governos petistas, que, com os BRICS, aproximou o Brasil dos grandes rivais americanos no comércio e na política internacional: China e Rússia. O golpe se deu para entregar as riquezas do pré-sal aos norte-americanos e às grandes empresas multinacionais do setor. O golpe começou, antes, com a desmoralização e fragilização da Petrobras pela operação Lava Jato. O que Bolsonaro, o patriota, significa, é a continuidade dessa política de lesa pátria realizada por Temer. Bolsonaro será uma ditadura militar antinacional, já que a ditadura implantada em 1964 ainda teve veleidades e rompantes nacionalistas. Todo mundo nos Estados Unidos e nos países centrais sabem o quão repugnante é o personagem, ele é manchete negativa na imprensa do mundo todo, mas é isso mesmo que se quer com a ida do “patriota” para a presidência da República: um país fragilizado no contexto internacional, um país tornado um pária nas relações internacionais, como ocorreu com Temer. Será muito mais fácil submete-lo e retirar suas riquezas.

Um deputado que está há 27 anos na Câmara Federal e que nunca apresentou uma iniciativa de lei no campo da segurança pública é vendido como aquele que vai recolocar o país em ordem e nos oferecer segurança. No entanto, tudo o que ele diz nesse campo só representa a possibilidade de termos um país ainda mais violento, inseguro e onde ocorrerá um banho de sangue, onde morrerão principalmente os mais pobres e mais vulneráveis. Será o país da mortandade ainda maior de mulheres, já que com farta distribuição de armas, possivelmente da empresa Taurus, que teve suas ações valorizadas com o subida do homem nas pesquisas eleitorais, num país cujo presidente demonstra pouca consideração e apreço pelas mulheres, notadamente se forem pobres, pretas e de esquerda (cadelas peludas e pouco higiênicas segundo seus seguidores), um presidente que afirma que só não estupra uma mulher se for feia, que diz que ser pai de uma menina é uma fraquejada, com um vice-presidente que afirma que casas em que filhos são criados só por mães e avós só produz desajustados, os homens estarão liberados para matar. Basta ver os tipos masculinos que cercam o candidato. Apoiados e incentivados em sua misoginia, em seu ódio contra as mulheres que reivindicam seus direitos, muitos homens poderão dar vaza a sua violência no espaço doméstico. Ao invés de maior segurança e ordem teremos mais insegurança e desordem. A não ser que se considere a paz dos cemitérios aquela que devemos almejar.

As torcidas organizadas de times de futebol têm antecipado o que pode acontecer aos homossexuais: elas têm gritado nos estádios, para todo mundo ouvir, que Bolsonaro vai matar os “viados”. Não acredito que possa existir uma política oficial de extermínio dos homossexuais, mas não tenho dúvida que os homofóbicos assassinos se sentirão liberados para ampliar a matança, num país que já um dos campeões mundiais de mortandade de homossexuais. A impunidade desses crimes, que já é gritante, se ampliará. O medo se ampliará na comunidade gerando mais suicídios, mais desespero, mais pessoas dispostas a negar sua condição e a viver vidas infelizes. Não faltará a exploração económica e religiosa de lideranças evangélicas, que estão hoje apoiando o candidato que defende valores totalmente em conflito com os valores cristãos, que ofertarão curas para a “doença” da homossexualidade, oferecendo a conversão para essas pessoas tomadas “por essa coisa do demônio”. Os bolsos deles encherão ainda mais e suas igrejas ficarão lotadas de gente mais carente, mais infeliz, mais deprimida e, portanto, mais vulneráveis à manipulação desses fariseus da fé.

A ideia estapafúrdia que se poderá acabar com a criminalidade eliminando todos os bandidos, dando carta branca para que as forças de segurança possam matar como quiserem os pobres e pretos das comunidades carentes e periféricas, é de uma simplificação e de uma contradição absurda. Outro dia vi uma tirinha, uma charge que resumia muito bem o que iria acontecer: a menina perguntava ao pai o que aconteceria quando todos bandidos fossem mortos, o pai respondeu: ficariam os assassinos. É isso o que queremos como sociedade e civilização: uma sociedade de assassinos, uma sociedade que extermina aqueles que não consegue incluir? Ao invés de se governar para se incluir o maior numero de pessoas em condições económicas e sociais dignas que os afastem da tentação do crime, queremos uma sociedade onde existirá uma casta de assassinos sustentados pelo Estado para eliminar os outros ditos delinquentes? Achar que se combate a violência com violência é uma contradição grotesca, entraremos apenas em um círculo de violência ainda maior de violência do que aquele em já vivemos. A segurança pública não é lugar de soluções fáceis, demagógicas e simplistas. Os policiais liberados para matar também estarão expostos a uma maior violência, ou vamos esquecer que os bandidos tem já acesso a armas cada vez mais sofisticadas e que, uma vez, colocados numa guerra de vida e morte, matarão ainda mais. Combate-se a violência com um conjunto de medidas sociais que deem oportunidade as pessoas de não entrarem nessa mundo sem retorno. Que os ricos que nunca se perguntam o que a riqueza que concentram tem a ver com a existência da criminalidade, que eles vejam nos pobres uma ameaça e, em última instancia, queiram deles se defender, com suas cercas eletrificadas, com seus condomínios fechados e que, portanto, votem no candidato que promete manter suas vidas e tirar a vida daqueles que os ameaçam, é bárbaro, é triste, mas é entendível. O difícil de entender é o pobre, ou a pessoa de classe média, que pode ser a vítima da bala perdida ou a vítima do disparo por engano (um homem foi morto por ter seu guarda-chuva confundido com uma arma) aderir a uma insanidade como essa.

A raiva contra a classe política e a corrupção também não explica votar em Bolsonaro. Ele está sendo apoiado por notórios corruptos, tem sido financiado por várias empresas flagradas em esquemas de corrupção. Ele está merecendo o voto de quem quer ver destruída a democracia porque nela os malfeitos terminam por vir a tona, por aparecer. Não há melhor ambiente para a corrupção do que uma ditadura e, ainda mais, num governo chefiado por uma liderança frágil como o capitão, militando num partido inexpressivo, sem qualquer base social, o que o tornará refém do jogo de toma lá dá cá de um Congresso Nacional que não promete ser um poço de virtudes. Ele fez parte por anos a fio do PP, um dos partidos mais envolvidos em corrupção, suas campanhas foram irrigadas com esse dinheiro de má procedência. Raiva e ódio são maus conselheiros na hora de se votar. Votar simplesmente contra algo ou alguém é pouco racional, daí porque o movimento Ele Não deveria ter se esmerado mais em explicar porque não ele. A ideia de que ele vai acabar com a farra, é só um bordão. Ele vai acabar, pelo visto, com qualquer financiamento para a cultura, já que vive criminalizando a Lei Rouanet. A última sandice, dita na entrevista exclusiva que Edir Macedo, esse poço de virtudes, conseguiu para ele, é de que as milhares de pessoas que foram se manifestar contra ele, no Brasil e no mundo, era aqueles que não querem perder a mamata da Lei Rouanet. Ele vai acabar com a farra dos vulneráveis, dos que mais precisam do Estado, para que a farra dos ricos e privilegiados continue acontecendo. Ele vai acabar com o Bolsa Família, contra o qual já falou inúmeras vezes com preconceito. Ele vai acabar com o financiamento as empresas brasileiras pelo BNDES, contra o qual já disparou. Realmente, a eleição de Bolsonaro pode ser o fim da farra da democracia, do estado de bem estar social, das políticas voltadas para as minorias, da farra dos direitos humanos. Eleger Bolsonaro será jogar o país no abismo e na farra da matança e da restrição de direitos e garantias individuais e coletivas. Podemos acabar com essa farra de achar que ainda podemos, em algum momento, ser um país melhor e acolhedor para todos os seus filhos, um país que orgulhe quem nele nasça, um país que contribua para a civilização e não para a barbárie humana. Hoje não se trata de um simples voto, podemos estar hoje decidindo se ainda teremos futuro como país. Há alguns candidatos que representam, pelo menos, a manutenção do jogo democrático. Pense nisso e vote em qualquer um deles. No Messias da morte e do ódio não!

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