Youtube confirma que vídeo com infectologista potiguar defendendo Ivermectina foi excluído por “promover desinformação sobre covid-19”
Natal, RN 19 de abr 2024

Youtube confirma que vídeo com infectologista potiguar defendendo Ivermectina foi excluído por “promover desinformação sobre covid-19”

2 de março de 2021
Youtube confirma que vídeo com infectologista potiguar defendendo Ivermectina foi excluído por “promover desinformação sobre covid-19”

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O Youtube confirmou que o vídeo da entrevista com a infectologista potiguar Roberta Lacerda, divulgado pela página da rádio 98 FM, foi excluído da plataforma por “promover desinformação sobre a Covid-19”.

Na entrevista, a médica defende o tratamento precoce com a Ivermectina, medicamento usado no combate a verme e piolho e que, de acordo com as principais organizações científicas do país e do mundo, como a Organização Mundial de Saúde, não tem efeito comprovado no tratamento ou prevenção contra a covid-19.

A certa altura do vídeo, Roberta Lacerda declara que “a Ivermectina tem o poder de parar esta pandemia”, frase destacada pela rádio na divulgação do vídeo.

A entrevista foi concedida em 11 de fevereiro ao programa Repórter 98.

Ainda no domingo (28), após receber a informação de que o vídeo havia sido excluído do Youtube, a agência Saiba Mais encaminhou e-mail para a assessoria de imprensa da plataforma pra saber o motivo da retirada da entrevista com a infectologista.

A resposta da empresa foi encaminhada no início da tarde de segunda-feira (1º):

“O YouTube tem políticas claras sobre o tipo de conteúdo que pode estar na plataforma e não permite vídeos que promovam desinformação sobre a COVID-19. Desde o início de fevereiro, analisamos e removemos manualmente mais de 800 mil vídeos relacionados a afirmações perigosas ou enganosas sobre o vírus. É nossa prioridade fornecer informações aos usuários de maneira responsável, por isso continuaremos com a remoção de vídeos que violem nossas regras. Além disso, qualquer usuário que acredite ter encontrado um conteúdo no YouTube em desacordo com as diretrizes da nossa comunidade pode fazer uma denúncia e nossa equipe fará a análise do material”, diz a nota.

Ainda de acordo com o Youtube, a plataforma tem uma política específica voltada para informações médicas incorretas:

“Implementamos uma política específica sobre informações médicas incorretas relacionadas ao COVID-19 para ajudar nossos revisores e sistemas a identificar esse tipo de conteúdo prejudicial. Removemos vídeos com afirmações de que a COVID-19 não existe ou que promova métodos de prevenção que contradizem as orientações das autoridades locais de saúde ou da OMS, que incentive o uso de medicamentos caseiros como substitutos do tratamento médico adequado, entre outros tipos de desinformação”, afirma.

Um dos principais defensores do medicamento sem comprovação científica defendido pela infectologista Roberta Lacerda é o prefeito Álvaro Dias (PSDB). O filho dele, Adjuto Dias, também fez postagem recente pedindo para que as pessoas assistissem à entrevista da médica, que concedeu recentemente entrevistas a outras rádios locais, que seguem no ar pelas páginas mantidas pelos veículos na plataforma Youtube.

A reportagem entrou em contato com a infectologista Roberta Lacerda para comentar o caso, mas ela não retornou as ligações nem respondeu as mensagens enviadas pelo aplicativo whats app.

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